Tarifa de importação imposta pelos EUA deve afetar indústria gaúcha
A decisão do presidente dos Estados Unidos da América (EAU), Donald Trump, de implementar o que considera tarifas comerciais recíprocas a outros países sobre impostos de importação, afetará as exportações do Brasil. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Claudio Bier, ainda é difícil saber dimensionar o quanto a medida irá impactar na indústria gaúcha: “As informações ainda são muito iniciais, estamos procurando medir as consequências, mas é certo que este novo cenário nos obriga a superar os desafios e explorar as oportunidades que surgem, como do Mercosul com a União Europeia ou da ampliação da parceria com a China”, disse Bier. Os produtos brasileiros serão taxados em pelo menos 10%.
O certo é que as consequências da taxação de Trump chegarão ao Brasil, visto que os Estados Unidos é o segundo parceiro comercial do nosso país. “Há preocupação no caso de possível retaliação do Brasil e a configuração de uma guerra comercial, trazendo resultados ruins para todo o mundo, com redução do fluxo de comércio, menos negócios e tudo de ruim que ambientes de conflito trazem”, enfatizou Bier. Ele lembrou que, na semana passada, as Federações das Indústrias do RS, Santa Catarina e Paraná já solicitaram ao Governo Federal uma atenção especial nas negociações sobre as taxas impostas pelos Estados Unidos para produtos de base florestal. Agora, a preocupação se amplia com o aumento de sobretaxas a outros setores.
Para o presidente da Fiergs, um dos efeitos imediatos da decisão de Trump para o Brasil e o Rio Grande do Sul pode ser a redução no volume de exportações para os EUA, especialmente em setores integrados à indústria norte-americana. Atualmente, já há tarifas de 25% aplicadas a todas as importações de aço e alumínio, por exemplo, embora os efeitos diretos a indústria gaúcha sejam pouco expressivos. Mas, a elevação de custos para os consumidores americanos por conta das tarifas, pode dificultar cortes de juros nos Estados Unidos e encarecer insumos para a indústria brasileira, especialmente no Rio Grande do Sul. “O Brasil deve seguir pautado pelo diálogo, avaliando cada caso de forma pontual e buscando preservar uma postura negociadora com relação aos Estados Unidos”, concluiu Claudio Bier.
CRÉDITO: Guilherme Kolling