Presidente da ABSVP é contrário a desapropriação do Hospital
OSÓRIO – Na última segunda-feira (11), após reunião realizada na Câmara de Vereadores, a qual contou com a presença do Ministério Público (MP), do vice-governador Gabriel Souza, da secretária estadual de Saúde Arita Bergmann e do prefeito Roger Caputi, foi decidido pela desoneração do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
Com isso, o Governo do RS encerra a intervenção, passando a administração da instituição para o Município. A ideia é que a prefeitura repasse o comando do HSVP a uma empresa, por meio de concessão. Enquanto isso não ocorre, ficará a cargo do Executivo local a administração do São Vicente, que contará com apoio do Governo do Estado.
Também presente na audiência, o presidente da Associação Beneficente São Vicente de Paulo (ABSVP), Marco Pereira, afirmou ser contrário a decisão, pelo menos, da maneira que foi tomada. Conforme foi definido, a prefeitura terá que alçar com um valor para aquisição do Hospital. Esse dinheiro será obtido por meio de um financiamento realizado através do Banrisul, sendo os juros pagos pelo Governo do Estado. Para isso acontecer, os vereadores terão que aprovar um Projeto de Lei (PL), o qual ainda será encaminhado ao Legislativo da cidade.
Segundo apontamento feito pela prefeitura, o HSVP estaria avaliado em R$ 17 milhões. Entretanto, um parecer técnico solicitado pela ABSVP aponta que, somente o terreno e o prédio do Hospital estão avaliados em 28 milhões de reais, isso sem contar os bens móveis, equipamentos, fundo do comércio, dentre outras benfeitorias. Além disso, Marco lembra que, quando a prefeitura assumiu a gestão do São Vicente de Paulo anteriormente (entre 2016 e 2019), foi gerado um débito, aumentando a dívida do Hospital em R$ 14 milhões. Com isso, ele afirma que esse valor deveria entrar no cálculo.
“O Hospital é uma instituição de saúde que possui 98 anos de existência, confundindo-se, inclusive, com a própria história de nossa cidade. Muitos passaram por ali, quer sejam empregados, dirigentes, conselheiros e sócios. Ao longo do tempo foram prestados relevantes serviços a sociedade de Osório e região. Muitos fizeram doações à instituição. Neste momento, iluminados ignoram a instituição e sua história: Primeiro, porque atribuem preço vil (indigno) a patrimônio da Associação; segundo, porque “pretendem” deixar para a Associação a responsabilidade do pagamento de sua dívida histórica, além dos direitos trabalhistas de seus trabalhadores. O valor atribuído pelo município ao patrimônio da Associação não paga 50% de suas dívidas. Trata-se, pois, de uma verdadeira fraude a credores, onde se pretende tomar o patrimônio do devedor, e deixar com ele o total das dívidas”, declarou Marco Pereira, que concluiu dizendo que o valor do patrimônio do HSVP cobre perfeitamente o valor de sua dívida total.