POLICIAL

Operação desarticula grupo criminoso que realizava fraude em licitações

O Ministério Público do RS (MP-RS) e a Polícia Civil (PC) deflagraram na manhã de quinta-feira (16), a Operação Succedere, com objetivo de desarticular um grupo criminoso que há décadas praticava fraudes em licitações no Estado. Conforme o MP, as investigações identificaram que o grupo praticava lavagem de dinheiro obtido como proveito de crimes licitatórios, contra a ordem econômica e contra a ordem tributária.

Vale ressaltar que, os crimes antecedentes foram objeto de repressão nas Operações Purgato e Union, sendo essa última realizada em 2021, também em parceria entre o MP-RS e PC, tendo resultado no oferecimento de denúncia contra mais de 80 pessoas, inclusive agentes públicos. As pessoas físicas e jurídicas investigadas figuram como rés em aproximadamente 11 mil ações judiciais, notadamente na seara trabalhista, e geraram prejuízo em tributos devidos ao Estado na ordem de R$ 200 milhões.

OPERAÇÃO SUCCEDERE

Na quinta, foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão em imóveis e empresas de investigados, a fim de coletar indícios da autoria e materialidade dos delitos apurados. Ao menos, 28 veículos foram apreendidos, sendo avaliados em R$ 4,17 milhões. Também foram confiscados 38 imóveis, avaliados em R$ 68 milhões. Por fim, ainda houve o bloqueio de 57 contas judiciais, alcançando o montante de R$ 565 milhões.

As ações foram realizadas nas cidades de Capão da Canoa, Cruz Alta, Porto Alegre, Tramandaí, Tupanciretã e Xangri-lá e contou com a participação de 165 agentes do MP-RS e da PC, além de dois auditores da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage), sendo utilizadas 65 viaturas.

No curso das investigações, foi verificado que uma parte significativa desses valores foi sistematicamente lavado por diversos meios: abertura de contas em nome de terceiros, aquisição de veículos registrados em nome de “laranjas”, compra de imóveis de luxo com propriedade atribuída a pessoas da confiança dos protagonistas do esquema criminoso e, ainda, com a diversificação em investimentos variados, a exemplo da compra de parte do passe de jogadores de futebol, investimentos na construção civil e até em plantações de soja. Todas essas estratégias tinham o objetivo de dissociar o dinheiro criminoso de sua origem espúria, dificultando a localização e recuperação pelo Estado.

Grupo criminoso teria gerado prejuízo de pelo menos R$ 200 milhões aos cofres do Estado. – FOTOS: MP