EVENTOS CLIMÁTICOS

A natureza tem manifestado seu furor em diversas regiões do Brasil e no mundo. O avanço da meteorologia e a análise de dados através de potentes sistemas de computação agilizam cálculos físicos que permitem antever eventos climáticos com maior antecedência. Neste sentido também tem se classificado fenômenos naturais e suas regularidades ao longo dos tempos e que por vezes são cíclicos como o caso dos fenômenos do El Niño e La Niña que demonstram diametralmente opostos em gênero e também nas suas condições climáticas e no seu surgimento. Enquanto um fenômeno ocorre pelo esfriamento das águas do pacífico como a La Niña (provoca secas no sul do Brasil e chuvas no Norte o fenômeno El Niño se dá pelo aquecimento do oceano pacífico e, portanto, mais chuvas no sul. A maior intensidade de um ou de outro depende do qual a temperatura está acima ou abaixo da temperatura normal das águas do pacífico na linha do Equador.

O mundo ao longo dos tempos passou de uma bola de fogo a uma geleira e depois pela formação do que praticamente hoje é conhecido. Se considerar os dois últimos séculos quando se passou a coletar dados sobre o clima e se formou uma série histórica de eventos climáticos mais ou menos intensos se pode perfeitamente deduzir que as catástrofes climáticas são eventos normais. O que altera é que com o povoamento do mundo, rios, lagos, morros e campos interferem no que antes a natureza não encontrava tanto a presença humana. Atualmente o ser humano desafia a natureza e seus elementos com construções das mais diversas como pontes e edifícios de dezenas de andares. Para dar segurança a estas intervenções naturais é que engenheiros se especializaram a vencer barreiras até certos limites. Mas nunca desconsideram de que construir a margem de rios, mares e até lagos seja algo realmente isento de sofrer cheias e vencer a força das águas, ou que encostas com construções precárias sejam imunes a desmoronamentos.

Os eventos climáticos vivenciados desde o ano passado pelo nosso estado, em decorrência do fenômeno El Niño, superaram o que há décadas atrás já havia gerado inundações e demonstrou a necessidade de proteção e cuidados com relação a este tipo de fenômeno que era desconhecido, simplesmente eram tempestades intensas com cheias nos rios. A barreira do rio Guaíba construída há mais de 50 anos foi para que a enchente dos anos 40 não mais alagasse parte da cidade de Porto Alegre e desde então nunca mais a água chegou perto da barreira. Neste ano aconteceu perdendo ainda para a ocorrida em 1941 que foi muito mais intensa. Mas ocorreu por ser um fenômeno natural e que nada tem a ver com mudanças climáticas como pregam alguns salvadores da natureza.

Esquecem os defensores do clima de que a Natureza não muda, ela simplesmente faz seu ciclo e segue em constante renovação. O que está a mudar é o cenário e as circunstâncias que a população está criando em desafio a natureza e que nada impedem de haver os ventos e as chuvas ou o tal aquecimento global. A própria natureza se renova, assim como as geleiras que se fossem verdadeiras as previsões dos apocalípticos já mais existiram, mas sim estão se renovando as geleiras em função da pressão do peso do gelo sobre a água do mar e que terminam quebrando e formando enormes blocos flutuantes de gelo. Quem não se recorda do Titanic que colidiu com colossal bloco de gelo há cem anos atrás quando o uso do petróleo como fonte de energia era algo insipiente e a derrubada de matas pelo mundo afora para construções e lenha dizimou vegetação em larga escada mesmo após a revolução industrial.

As catástrofes ocorridas pelos atuais evento climáticos irão acontecer cada vez mais com maior gravidade, pois a ocupação do solo está desordenada e as políticas no sentido de evitar ocupações em morros e margens de rios devem ser devidamente estudadas para que sejam delimitadas áreas de risco e assim proibir as construções irregulares. O clima nunca foi algo preciso e sempre irá promover danos, mas muito poderá ser evitados se os governos se voltarem para planejamento e estudos que mi9nimizem as possibilidades de tragédias como as que vivenciamos nestes últimos meses de 2023 e ainda estamos a vivenciar neste novo ano.