Aprovado Projeto de Lei que autoriza doação de terreno para construção da Unidade do Sesc

Aprovado Projeto de Lei que autoriza doação de terreno para construção da Unidade do Sesc

OSÓRIO – O Plenário Francisco Maineri recebeu na noite de terça-feira (24), uma nova Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores. A Sessão contou com a presença dos nove vereadores: Charlon Muller, Ed Moraes, João Pereira e Lucas Azevedo do MDB; Luiz Carlos Coelhão, Maicon Prado, Ricardo Bolzan e Vágner Gonçalves do PDT; e Miguel Calderon do Progressistas.

Ao todo, foram aprovados sete Pedidos de Indicação, um Requerimento e uma Moção. Também foram aprovados cinco Projetos de Lei (PLs), todos de maneira unânime. Entre eles está o de no 029/2023, de autoria do Executivo, que autoriza o Executivo a realizar a doação de um terreno de aproximadamente 2,5 mil metros quadrados, localizado em frente à prefeitura, para a construção da Unidade do Sesc.

Conforme o PL, a unidade do Sesc contará com a implantação dos seguintes programas: SESC maturidade ativa, que é destinado para pessoas a partir de 50 anos; Contra-turno para o atendimento de crianças de 06 a 12 anos, no turno inverso escolar; Salas multiuso; Sala de convivência; Academias de musculação; Natação em piscina térmica semiolímpica; Auditório de 550 lugares; Escola de Educação Infantil, com capacidade mínima de atendimento de 100 alunos; e Polo Sesc EaD – EJA (Educação à Distância para Jovens e Adultos) Ensino Médio.

O Projeto também apresenta contrapartidas. Em relação as vagas distribuídas, o Sesc deverá destinar de maneira gratuita para estudantes de baixa renda a seguinte porcentagem de vagas: 100% no EJA Ensino Médio; 30% na Educação Infantil da Rede Municipal de Educação; 30% na Maturidade Ativa; e 10% na Natação Iniciação Esportiva. Vale ressaltar que as vagas de gratuidade incluem, além das mensalidades, material didático, uniforme, entre outros insumos. Além disso, o auditório da unidade terá seu uso compartilhado entre a prefeitura e o Sesc, mediante ajuste entre as partes.

Terreno de aproximadamente 2,5 mil metros quadrados está localizado em frente à prefeitura de Osório.

FALA DOS VEREADORES

Primeiro a falar, o vereador Ed afirmou que a doação da área ao Sesc “não trará prejuízo ao município e, sim, um futuro promissor”. Ele fez questão de ressaltar que, em caso do Sesc não cumprir os seus encargos, o terreno voltaria para a prefeitura, sem necessidade de indenização ou qualquer outro tipo de pagamento.

Vereador Ed Moraes (MDB).

Ao encontro das palavras de Ed Moraes, João Pereira comentou que ele e os colegas estão dando “um grande passo com incentivo condicional”, visto que o Sesc tem um prazo e condições para executar o Projeto. “A luta continua e iremos cobrar esse Projeto. As pessoas precisam crescer, assim como o Sesc nos proporcionará fazer”, finalizou o vereador João.

Vereador João Pereira (MDB).

O vereador Lucas disse ser totalmente favorável à aprovação do Projeto, já que entende que a cidade só tem a crescer com a obra. Ele acredita que caso o terreno não seja doado para o Sesc, o local só irá ficar criando mato, enquanto a Unidade do Sesc seria implantada em outro município da região. Ainda durante sua fala, o vereador fez questão de destacar as contra-partidas indiretas (aquelas que não estão presentes no Projeto de Lei), como é o caso das vagas de emprego que serão disponibilizadas. No final, Lucas Azevedo mandou um recado para algumas pessoas que o criticaram sobre seu posicionamento, afirmando que: “muitos vão mudar de ideia (sobre a doação do terreno) quando a Unidade do Sesc estiver instalada”.

Vereador Lucas Azevedo (MDB).

Ex-aluno e também ex-professor do Sistema ‘S’ (Sesc/Senac/Senai/Sesi/Sebrae), Charlon Muller foi firme em suas palavras, declarando que o desenvolvimento de Osório passa pela doação desse terreno. “O local será centro de referência do Sesc e o pontapé de desenvolvimento econômico e turístico de Osório”, disse o vereador.

Vereador Charlon Muller (MDB).

VELHA DISCUSSÃO

O vereador Ricardo Bolzan relembrou que o terreno já havia sido doado, porém, de acordo com ele, a doação não se confirmou devido a problemas burocráticos, já que o Sesc acabou perdendo um dos prazos, voltando a área para a prefeitura, dando sequência a novela que só se estendeu ao longo dos últimos anos. Em setembro do ano passado, um Projeto que autoriza o repasse do terreno em frente à prefeitura para o Sesc chegou a ser votado na Câmara, mas acabou sendo rejeitado pelos vereadores.

Contrário ao PL, assim como seus colegas de Bancada, Ricardo comentou que, na época, houve falta de diálogo e transparência por meio do Sesc, diferente do que aconteceu nesse novo processo. “A ideia que tínhamos é o Sesc teria um envolvimento muito mais social se a Unidade fosse instalada fora do Centro, o que vivemos que não era bem assim”, comentou Ricardo. Ele lembrou de uma fala do professor Diogo Rosa durante a Audiência Pública realizada no último dia 11 de outubro, quando citou que o terreno em discussão, antigamente, foi sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). De acordo com Bolzan, a lembrança do professor foi “fundamental” para que parte da população e alguns vereadores mudassem de opinião sobre a doação do espaço.

Vereador Ricardo Bolzan (PDT).

Outro ponto levantado para a não aprovação do PL anterior foi o valor do terreno, que para muitos, não justificaria “entregá-lo de graça” para o Sesc. Uma dessas pessoas contrárias foi o vereador Maicon Prado, que chegou a declarar que o a prefeitura poderia fazer um melhor uso do local. Porém, o vereador procurou entender melhor a situação e acabou voltando atrás em sua “decisão ignorante”, a qual o próprio intitulou. Também inicialmente contrário a doação do terreno, Vágner Gonçalves foi mais além da fala do colega, dizendo que “nem foi tão ignorância, mas muito de nós não tínhamos a magnitude de o que é o Sesc”, justificou o vereador, que complementou dizendo: “Esse Projeto é de suma importância, com investimentos altos, que totalizam aproximadamente R$ 25 milhões, mas o município e a comunidade merecem”, finalizou.

Vereador Vágner Gonçalves (PDT).

Logo após, os vereadores votaram o Projeto, o qual foi aprovado pelo placar de oito votos favoráveis contra nenhum contra. Vale ressaltar que o presidente da Casa, Miguel Calderon, só votaria em caso de empate.

OUTROS PROJETOS APROVADOS

PL 171/2023 – De autoria do Executivo, o Projeto cria o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsea), com caráter consultivo, constituindo-se em espaço de articulação entre o governo municipal e a sociedade civil para a formulação de diretrizes para políticas e ações na área da segurança alimentar e nutricional.

PL 173/2023 – De autoria do Mesa Diretora da Câmara, o texto concede aumento aos servidores da Câmara Municipal de Vereadores, na razão de 1,83%. Ainda segundo o PL, o aumento previsto se aplica sobre o vencimento básico dos servidores ativos, detentores de cargo de provimento efetivo e cargos em comissão, valor unitário das gratificações, funções gratificadas e funções especiais; proventos dos servidores inativos e pensionistas, com paridade.

PL 176/2023 – De autoria do Executivo, o Projeto autoriza a prefeitura a alterar as Leis Municipais nº 6.516/2021, que dispõe sobre o Plano Plurianual (PPA); a nº 6.690/2022, que dispõe sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2023; e a nº 6.720/2022, que dispõe sobre a Lei Orgânica Anual (LOA) 2023, para abrir crédito no valor de 30.046,92 (trinta mil e quarenta e seis reais e noventa e dois centavos), que será repassado para as Secretarias de Finanças, Educação e Saúde.

PL 181/2023 – De autoria do Executivo, o texto autoriza a contratação emergencial de quatro agentes comunitários para a Secretaria Municipal de Saúde, os quais atenderão nas Estratégias de Saúde da Família (ESFs) de Albatroz, Atlântida Sul e Primavera. O contrato será pelo período de 12 meses, podendo ser prorrogada por iguais períodos, desde que devidamente motivada a necessidade temporária ou a impossibilidade de nomeação em caráter definitivo, limitada a 31 de dezembro de 2025.

Os textos, disponíveis na íntegra no site da Câmara (www.camaraosorio.rs.gov.br), seguem para sanção do prefeito Roger e começarão a valer assim que forem publicados no Diário Oficial.