CIDADESAÚDE

Situação do HSVP é discutida durante Sessão da Câmara

OSÓRIO – O diretor-presidente da Associação Beneficente São Vicente de Paulo (ABSVP), Marco Pereira, esteve presente durante a Sessão da Câmara de Vereadores realizada na noite de terça-feira (12). Ele aproveitou o espaço cedido na Tribuna Livre para falar sobre a atual situação do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). A fala foi acompanhada pelos membros da direção e do Conselho do ABSVP.

Durante os seus 15 minutos de fala, Marco Pereira demonstrou preocupação com o futuro incerto do Hospital. Em entrevista recente a uma rádio da cidade, as interventoras do São Vicente de Paulo declaram que a situação do Hospital está “muito bem”. Ao comentar a fala, Marco afirmou que isso não é verdade, visto que, segundo ele, o déficit da instituição que, antes era de R$ 1,3 milhão, acabou subindo para R$ 1,6 milhão.

Há mais de um ano sendo administrado pelo Estado, o HSVP ainda não sabe até quando a intervenção irá permanecer. Conforme o diretor-presidente da ABSVP, nos últimos 12 meses foi injetada no Hospital a quantia de 17 milhões de reais, sendo R$ 13,6 milhões do Governo gaúcho. De uns meses para cá, a prefeitura vem falando em assumir a gestão do Hospital. Caso isso venha acontecer, a ingestão de recursos extraordinários por parte do Governo deixaria de acontecer.

Conforme Pereira, a oferta para compra do São Vicente de Paulo foi no valor de R$ 17,8 milhões. Porém, segundo ele, após uma avaliação técnica realizada a pedido da direção da ABSVP, foi constatado que o Hospital está avaliado em R$ 45 milhões, isso sem contar os equipamentos e o ponto de localização. Marco disse não ser contra a desapropriação, desde que seja pago um preço justo.

Entretanto, a questão da venda do HSVP vai muito além da questão do valor. “O município poderá assumir o Hospital?”, “Como será gerenciado o déficit?”, “Quem assumirá a dívida?”, questionou Marco Pereira. A ideia da prefeitura é assumir o São Vicente de Paulo e depois repassa-lo a uma empresa, por meio de concessão. Mas será que haverá algum interessado em assumir a gestão do Hospital?

Outra preocupação do diretor-presidente da ABSVP é em relação ao que irá acontecer no dia seguinte à venda (caso isso realmente aconteça). De acordo com Marco, a instituição conta com cerca de 350 funcionários: “Quem irá assumir a responsabilidade por eles?”, perguntou. “Existem muitos questionamentos e necessitamos de respostas adequadas e reais”, disse Pereira, que pediu mais transparência por parte dos envolvidos.

No final de sua fala, Marco Pereira pediu mais envolvimento do Legislativo e que o povo osoriense possa estar incluso no debate, gerando uma discussão aberta e de maneira coerente. “Precisamos manter o Hospital de pé. Ele é extremamente relevante para nosso desenvolvimento. Precisamos começar a debater o tema para buscar uma solução definitiva, real e transparente”, finalizou o diretor-presidente da Associação Beneficente São Vicente de Paulo. Após, foi entregue um relatório aos vereadores, o qual mostra o Parecer Técnico realizado a pedido da direção do ABSVP e os dados mais atuais da situação financeira do Hospital.

O São Vicente de Paulo é referência em atendimento para os municípios da Região dos Bons Ventos, que além de Osório é composta pelas seguintes cidades: Capivari do Sul, Caraá, Mostardas, Palmares do Sul, Santo Antônio da Patrulha e Tavares.

Mesmo com previsão de venda para a prefeitura, futuro do Hospital São Vicente de Paulo segue incerto.