Projeto A Cidade das Crianças realiza atividades no Medianeira
OSÓRIO – Lançado no final de maio, aos poucos, o Projeto A Cidade das Crianças vai tomando forma no município. Vinculado a Associação Francesco Tonucci, em Roma, capital da Itália, ele foi criado em 1991. Presente em mais de 200 cidades de diversos países do mundo, a Rede tem como objetivo incentivar a participação das crianças nos processos de discussão sobre ações para os municípios que resultem em melhor qualidade de vida para toda população.
O primeiro colégio a participar do projeto em Osório é a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Osmany Martins Véras. Na última quinta-feira (31/08), os alunos da instituição de ensino percorreram ruas do bairro Medianeira (onde fica a Escola). O trabalho foi escoltado por viaturas da Secretaria de Segurança Pública e Trânsito e contou com a presença do prefeito Roger Caputi; dos secretários Dilson Maciel (Dilson Maciel) e Celso Ferri (Segurança Pública e Trânsito); do coordenador do projeto A Cidade das Crianças, o arquiteto e urbanista Alencar Massulo; do coordenador do Jogue Limpo com Osório, Aluísio Verdinho; e da direção da Escola Osmany.
O objetivo da ação foi definir os melhores percursos para os estudantes irem e voltarem do colégio, sendo a pé ou de bicicleta. Durante a vistoria, os alunos puderam identificar as dificuldades e as potencialidades de cada lugar. A partir do que eles observaram, a equipe técnica e os gestores do município poderão trabalhar com as informações para realizarem os devidos trabalhos necessários.
Concluída essa etapa, será gerado um mapa dos trajetos do bairro, e estas rotas terão prioridade de manutenção, sinalização e melhorias que o Poder Público passará a implantar na cidade, por meio do projeto A Cidade das Crianças. “A Cidade das Crianças está desenvolvendo esse trabalho através do projeto piloto, que visa ouvir as crianças e identifica os pontos que a administração precisa realizar melhorias. Esse é um projeto inovador na nossa cidade e com certeza vamos ter muitos benefícios no futuro”, declarou o prefeito Caputi. Segundo o coordenador do projeto, “a partir deste trabalho inicial, outras escolas também poderão desenvolver a iniciativa e, com isso, passo a passo, diferentes regiões da cidade receberão esta atenção especial, contribuindo para uma melhoria coletiva que beneficia todas as pessoas”, afirmou Alencar Massulo.
LOGOMARCA DO PROJETO
No último dia 21 de agosto, Alencar esteve reunido com o prefeito Roger, onde realizou a apresentação da logomarca do Projeto A Cidade das Crianças que, passará a ser utilizada em todas as iniciativas relacionadas ao assunto. Segundo o coordenador do projeto, para que as iniciativas tenham a identidade de Osório, foi criada uma logomarca específica, inspirada nos desenhos que as crianças fizeram nas oficinas da revisão do Plano Diretor, e que retrata os conceitos principais que representam o propósito.
De acordo com Massulo, “a criança brincando é a principal mensagem que se quer passar a partir do desenho – e este é o foco de todas as ações envolvidas”, explicou. A imagem traz ainda algumas características bem particulares e que são importantes como símbolos desta responsabilidade com o coletivo. Veja a seguir o significado de cada símbolo e escrita da logomarca do Projeto.
DESENHO À MÃO – A criança se expressa com seus desenhos que, no começo, são garatujas – os rabiscos – e vão se transformando com o passar dos anos. Nas oficinas que foram trabalhados com os pequenos, são os desenhos que mostram o universo genuíno que elas trazem consigo, e ali estão mensagens e posicionamentos que transformamos em informação, diagnóstico da cidade, pedidos sinceros que devem ser levados a sério pelos adultos – em especial, os adultos que fazem a gestão da cidade.
ESCRITA À MÃO – Para criar a logomarca, não foi utilizado nenhuma das fontes (tipos de letras) trazidas pelos programas digitais, mas, sim, a escrita à mão para que seja valorizada a espontaneidade, a agilidade e a identidade dos que trabalham com a infância.
SILHUETA – A criança que corre com a pipa representa algo muito além de uma brincadeira. Ao não ter rosto nem idade, faz referência a todas as pessoas que, de alguma forma, não se acomodam, que brincam, que interagem com alegria, que se movem para realizar os objetivos, que acreditam que, mesmo com tantas limitações, podem voar.
PIPA – É o brinquedo artesanal, acessível para qualquer realidade social, que preenche o céu a partir do nosso vento tão característico, que não deixa esquecer que fomos feitos para sermos livres.
CORES
Azul Claro – Referência à água, item essencial para a vida e tão presente na nossa geografia.
Verde – Lembra dos morros, dos campos, e faz conjunto com a água para formar a planície litorânea. A criança traz muito presente as questões ambientais nas suas opiniões e posturas, e o contato com a natureza é retratado na nossa logomarca.
Vermelho, laranja e amarelo – Essas três cores agrupadas representam as cores do céu no nascer e no pôr-do-sol, simbolizando a passagem do tempo, e o espaço do dia inteiro que a criança deve dispor para brincar.
Rosa, azul ciano e azul roial – Conjunto de cores que se referem à inclusão – de gênero, de raça/etnia, traz presente a neurodivergência, as pessoas com deficiência e a acessibilidade como um todo. A universalização da cidade é algo que as crianças nos ensinam a todo o tempo, porque o pensamento delas é inclusivo, quer compartilhar, não deixar ninguém de fora.
Marrom – Significa o chão, o território. É onde a criança pisa, onde ela vive, o espaço que ocupa e onde se insere. É a base e o apoio que a comunidade deve ser para que a criança seja autônoma e livre.
Laranja – Essa cor aparece novamente, agora na palavra “Crianças”, para lembrar da criatividade infantil que não deve ser apagada pela ação dos adultos. A inovação, a iniciativa, as formas genuínas e diversas de pensar e de fazer devem ser estimuladas para que a criança se desenvolva com a segurança de que não há limites para o pensamento e as realizações da vida.