POLICIAL

Operação desarticula quadrilha envolvida com contrabando

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF) deflagraram na terça-feira (29/08), a Operação Hangover, para desarticular um grupo criminoso responsável pelos crimes de contrabando e descaminho (crime de ordem tributária, definido como: iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada ou saída do país, ou pelo consumo de mercadoria). Operação Hangover, que significa ressaca em inglês, faz alusão a primeira mercadoria apreendida durante os trabalhos.

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, além de cinco de prisão preventiva. Além disso, também foram cumpridas medidas judiciais de bloqueio de contas bancárias e sequestro de veículos e imóveis dos suspeitos. As ações aconteceram em cidades dos estados do RS, Santa Catarina e São Paulo. No Litoral Norte gaúcho, houve cumprimento de mandado em Osório.

Em uma das abordagens, foram apreendidas 320 toneladas de mercadorias com valor estimado de 150 milhões de reais, em uma transportadora que operava como depósito dos produtos ilícitos na cidade de São Paulo. Ao todo, 80 agentes participaram da Operação.

INVESTIGAÇÃO

Segundo a PF, a investigação teve início em maio de 2022 e apurou que os líderes da quadrilha, importavam mercadorias, por meio de empresas constituídas no Uruguai. Os produtos eram trazidos da China e dos Estados Unidos para serem revendidos em dois Free Shops localizados nas cidades uruguaias de Rio Branco e Aceguá. Porém, eles eram desviados para internalizá-los ilicitamente no Brasil, sem o reconhecimento de impostos.

A estrutura logística do grupo criminoso contava com depósitos próximos à fronteira do RS com o Uruguai e na região Metropolitana de Porto Alegre, pontos onde eram feitos o transbordo da carga. A partir do RS, a mercadoria era enviada em caminhões e ônibus para grandes depósitos na cidade de São Paulo (SP), onde os produtos eram estocados e abasteciam o comércio na região da Vinte e Cinco de Março. Já no retorno ao Estado, o grupo aproveitava a mesma logística para transportar cargas de cigarro de origem paraguaia para distribuição em todo o RS.

Ao longo da investigação, foram realizadas 26 abordagens e prisões em flagrante, que resultaram na apreensão de aproximadamente 180 milhões de reais em mercadorias como cigarros, bebidas, roupas, óculos, calçados, cosméticos, equipamentos eletrônicos, entre outros itens diversos, além de 18 caminhões, quatro ônibus, três vans e seis veículos de passeio.