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Operação combate quadrilha que aplicava golpe do bilhete premiado

A Polícia Civil (PC) deflagrou na quinta-feira (6), a Operação Maré de Azar. A ação teve como alvo uma quadrilha que aplicava o golpe do bilhete premiado no Litoral Norte gaúcho. Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Além disso, foi cumprida uma medida cautelar de bloqueio de contas.

As ações foram realizadas em Cachoeirinha, na região Metropolitana, e em Passo Fundo, no Norte do Estado. Ao menos quatro pessoas foram presas. Uma delas já se encontrava no sistema prisional. Já as outras três foram detidas em Passo Fundo. O grupo é investigado por estelionato e associação criminosa.

De acordo com a PC, eles teriam roubado cerca de 160 mil reais de uma mulher. A vítima, é uma idosa de 73 anos. O crime ocorreu no final do mês de janeiro, em Capão da Canoa.  De lá para cá, a Polícia vem investigando o grupo. Além dos quatro presos, mais dois indivíduos estariam envolvidos no esquema. Todos os detidos na Operação foram ouvidos e encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça. Vale ressaltar que a Polícia segue com as investigações e não descarta a possibilidade de a quadrilha ter feito outras vítimas.

A Polícia alerta para que as pessoas fiquem atentas a esse tipo de golpe e que procurem a Delegacia mais próxima caso sejam vítima desse crime. O golpe do bilhete premiado é um tipo de fraude em que a vítima é enganada por criminosos que simulam ser ganhadores de um prêmio valioso, geralmente em uma loteria ou sorteio falso. O golpista aborda a vítima, informando que ela foi sorteada com um prêmio, mas que, para recebê-lo, será necessário fazer o pagamento de uma quantia em dinheiro ou algum tipo de “taxa”, que supostamente é exigida para liberar o prêmio. A seguir veja o passo a passo normalmente utilizado pelos criminosos:

COMO ACONTECE O CRIME

1 – Encontro inicial: O golpista se aproxima da vítima, dizendo que ela foi sorteada em um sorteio ou que tem direito a um prêmio significativo. Para tornar a história mais convincente, o criminoso pode mostrar um bilhete ou documento falso, como um “bilhete premiado”.

2 – Pressão emocional: O golpista cria uma narrativa para fazer a vítima acreditar que o suposto ganhador do prêmio não consegue sacar o valor. Geralmente utilizam a figura de uma pessoa muito humilde e com “pendências” no CPF. Assim, há uma negociação para a troca do bilhete por valores que a vítima dispõe.

Os golpistas criam uma situação de urgência, dizendo que a vítima precisa pagar uma taxa imediatamente para poder receber o prêmio. Neste momento surge também uma terceira pessoa (golpista), que aparente ser uma pessoa com alto grau de instrução e demonstra interesse em comprar o bilhete. A vítima, levada pelo sentimento de que pode perder essa grande oportunidade de ficar milionária, acaba caindo no golpe e muitas vezes entrega todo patrimônio que dispõe. Em algumas vezes, pode até envolver outras pessoas que “confirmam” a história, como um falso policial ou funcionário da empresa de sorteios.

Outro método de atuação é o suposto ganhador do prêmio dizer que não pode receber o dinheiro por motivos religiosos, pois a religião não permite a prática de jogo. Há também a figura do outro golpista que surge, o qual muitas vezes se passa por corretor de imóveis ou advogado, e auxilia a verificar a “autenticidade” do bilhete, fazendo uma ligação para a Caixa Econômica, onde são atendidos por uma falsa central do Banco.

3 – Solicitação de pagamento: O criminoso convence a vítima a pagar uma quantia em dinheiro ou a fazer um depósito bancário para liberar o prêmio. A vítima, acreditando que o prêmio é real, acaba entregando o valor solicitado. Muitas vezes, a vítima é levada até a própria residência e convencida a entregar joias e pertences de valor.

4 – O desaparecimento: Após o pagamento, o golpista desaparece rapidamente, deixando a vítima sem o prêmio prometido e com o prejuízo financeiro. A Polícia reforça os alertas para que a população desconfie de propostas que envolvam prêmios em dinheiro em que é exigido pagamento antecipado.

CRÉDITO: PC