CIDADE

Moradores da Vila Verde realizam manifestação em Atlântida Sul

OSÓRIO – Às vésperas do julgamento final da desocupação da área conhecida como Vila Verde em Atlântida Sul, moradores realizaram na terça-feira (14), uma manifestação pelas ruas do distrito. Os protestantes pediam por moradia, uma vez que houve decisão favorável pelo juiz do município, que somente uma parte teria de desocupar a área, decisão essa recorrida pela empresa que assumirá o local.

A Brigada Militar (BM) acompanhou o ato, delimitando o espaço onde as pessoas poderiam ficar para não atrapalhar o trânsito. Vale ressaltar que não houve registro de nenhuma ocorrência. Marcado para iniciar nesta sexta (17), o julgamento acontecerá de forma virtual e deve levar em torno de cinco dias. Atualmente em torno de duas mil pessoas vivem no local, com a presença de muitos idosos e crianças. Temendo pela decisão desfavorável, os moradores permanecerão realizando manifestações.

O CASO

Em junho do ano passado, a Justiça determinou a desocupação voluntária para os moradores da Vila Verde, em Mariápolis. Na época, cerca de 90 famílias optaram pelo acordo de aluguel social, até que ficassem prontas as obras de infraestrutura combinada, e o reassentamento das famílias, e uma pequena parte da matrícula. A reintegração de posse estava marcada para o dia 1º de julho de 2022, para aqueles que voluntariamente não saíssem do local.

No dia 21/06, faltando nove dias para o prazo final para a desocupação, foi realizada na subprefeitura de Atlântida Sul uma reunião entre a Brigada e os moradores da Vila Verde. O encontro foi com o intuito de negociar com os moradores a saída de forma pacífica da área invadida. Aproximadamente 60 pessoas participaram da reunião. Além da BM, estavam presentes representantes das Secretarias Municipais de Segurança Pública e Assistência Social, além de agentes do Conselho Tutelar. Na ocasião, os moradores solicitaram algum tipo de auxílio, tendo em vista que a grande maioria alegou não ter para onde ir.

Após a reunião, uma decisão judicial obtida pela defesa da Associação de Moradores da Vila Verde autorizou que apenas um número de famílias deixasse o local, chamado de Alameda Safira, que fica na última Rua de Mariápolis. Inicialmente, a decisão era para que as 2,5 mil pessoas, que atualmente ocupam o local, deixassem suas casas.

O advogado Marcelo Reis, que defende a associação de moradores, explicou a reforma da decisão inicial. Segundo o advogado, a solicitação junto ao Juiz de Direito Juliano Breda foi para que o caso fosse reavaliado, levando em consideração que o processo trata especificamente da área denominada Alameda Safira, e não de toda a Vila Verde, onde moram aproximadamente 90 famílias. Outra situação destacada por Reis foi de que no processo que estabelece a retirada das pessoas, as mesmas precisavam ser reassentas em outro local, sob responsabilidade da empresa.

No dia 1º de julho, em reviravolta, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por estender o prazo para desocupação dos moradores da Vila Verde. O pedido foi despachado por Juliano Breda. Com isso, o prazo final para a desocupação foi cancelado, tendo o processo suspenso até 31 de outubro, sendo iniciada a retomada dos trabalhos de planejamento e organização a partir de 01/11.