Marido e filho de suspeita de ter envenenado bolo também ingeriram alimentos com arsênio
Nesta semana, a Polícia divulgou novas informações sobre o caso do bolo envenenado, que ocasionou na morte de três pessoas em Torres, no final do ano passado. Deise Moura dos Anjos é a principal suspeita de ter colocado arsênio na farinha utilizada para o preparo do alimento e está presa preventivamente desde o dia 05 de janeiro, no Presídio Estadual Feminino de Torres (PEFT).
Após ter alta do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, a sogra de Deise, Zeli Teresinha dos Anjos, responsável por fazer o bolo, deus seu depoimento na Delegacia. Para a Polícia, Zeli era o principal alvo dos envenenamentos. Aos policiais ela relatou, de maneira convicta, que a farinha que ela usou para fazer o bolo havia sido contaminada com arsênio pela nora um mês antes do episódio. Segundo Zeli, a nora teria visitado ela em Arroio do Sal no último dia 20 de novembro. Na ocasião, as duas conversaram na cozinha da casa, onde estavam dois pacotes de farinha: um cheio e o outro quase vazio. De acordo com a Polícia, Zeli teria utilizado o segundo pacote para fazer o bolo.
Outro que também foi ouvido foi o marido de Deise e filho de Zeli, Diego Silva dos Anjos. O marido da suspeita disse não acreditar que a esposa tenha tentado envenenar a família. Mas, se fosse o caso, o principal alvo seria sua mãe, com quem Deise tinha uma desavença desde o início da relação do casal.
Segundo Diego, o relacionamento entre ele e Deise também tinha altos e baixos, sendo que chegaram a se separar em alguns momentos. O homem afirmou que já havia pensado em pedir o divórcio, mas nunca verbalizou o pedido. Diego ainda declarou que também tinha uma relação turbulenta com a mãe e que Deise e ele só se aproximaram mais de Zeli depois da morte do pai (Paulo Luiz).
Após exames, foi constatado arsênio na urina de Diego e do filho. Conforme a Polícia, durante o depoimento, Diego disse ter sofrido uma intoxicação alimentar após tomar um suco de manga, em outubro passado. No momento, ele não desconfiou de nada e afirmou que Deise teria dito que o tal suco teria sido adoçado com açúcar da enchente, o que poderia ter causado a intoxicação.
Até o momento, Deise é investigada por quatro homicídios: os três ocorridos em Torres, de Maida Berenice Flores da Silva (58), Neuza Denize Silva dos Anjos (65) e Tatiana Denize Silva dos Santos (43), além da do sogro, Paulo Luiz dos Anjos (61), em setembro de 2024. Fora isso, a mulher também é investigada por, pelo menos, cinco tentativas de homicídios. Entretanto, a Polícia segue investigando para tentar descobrir se a mulher não teria feito mais vítimas. Entre elas, estaria o pai Deise, José Lori da Silveira Moura, falecido em 2020, supostamente por cirrose. Enquanto isso, a defesa da presa alega que as informações divulgadas ainda não foram formalmente apresentadas no processo e que aguarda o recebimento de mais provas para fazer uma análise completa.