CIDADESOCIAL, CULTURA e EDUCAÇÃO

Comunidade realiza manifestação em prol da Escola José Paulo da Silva

OSÓRIO – Dezenas de pessoas estiveram reunidas na manhã de sábado (20), em Atlântida Sul, para uma manifestação em prol da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) José Paulo da Silva. O colégio, que tem capacidade para aproximadamente 300 alunos, atualmente, conta com cerca de 600 estudantes. Além da superlotação, o educandário apresenta diversos problemas de estrutura, incluindo goteiras no telhado e falhas na rede elétrica.

Uma Comissão foi montada para reivindicar os problemas da EMEF junto ao Executivo osoriense. Após reunião com o prefeito Roger Caputi, a qual também contou com a presença do secretário de Educação da cidade, Dilson Maciel, além de alguns vereadores, a prefeitura confirmou que irá resolver os problemas mais urgentes. Ainda conforme o Executivo, está prevista a construção de uma nova Escola no distrito, a qual contará com turno integral, tendo capacidade para até mil estudantes.

MANIFESTAÇÃO

Os participantes saíram a pé do Posto da Polícia Civil (PC), passando pela Avenida Saquarema, em direção a sede da Escola, que fica na Avenida Cananela. Ao longo do percurso, os participantes, que carregavam faixas e cartazes, entoavam o seguinte canto: “Olé, olá, a escola vai ter que melhorar”. Por onde passavam, eram saudados por acenos e gestos de apoio dos moradores e comerciantes locais.

O grupo foi acompanhado de um carro de som, que foi a frente, contando um pouco sobre a história da instituição. Além da direção, professores, funcionários, alunos, pais e comunidade em geral, o ato contou com a participação dos vereadores Charlon Muller (União Brasil), Maicon Prado (PDT) e Vagner Gonçalves (PDT), além do neto de José Paulo da Silva, Luiz Soledade. Vale ressaltar ainda, a presença do ex-secretário de Educação do município, Gil Davoglio, que, no auge de seus 86 anos de idade, enfrentou o calor e o sol quente para acompanhar a manifestação.

FALAS

Em frente à instituição, foram realizadas as falas. Uma das representantes da Comissão, Letícia Demoly, ressaltou a união da comunidade em prol de Atlântida Sul (ATS). Ela afirmou que os problemas vão além da Escola, atingindo a creche, o Posto de Saúde, as Praças, etc. De acordo com Letícia, um terço do IPTU de Osório sai de Atlântida: “Não é só o dinheiro sair. Falta investimento. Tudo está precário”, declarou Letícia, garantindo que o grupo seguirá se manifestando para que venham as melhorias.

Ex-aluno e pai de dois estudantes da José Paulo, Alex disse que os moradores da Praia foram esquecidos e, afirmou que, só com a união de todos, haverá um reconhecimento por parte do Governo Municipal. A professora Isabel afirmou que a Educação de Osório sempre foi de qualidade e precisamos continuar lutando por isso: “Só com a participação da população é que faz com que os gestores olhem para nós e respeitem nossos direitos”. O ex-diretor da José Paulo, Vinicius, declarou: “Estamos na luta por uma escola melhor. Esse descaso existe há anos por parte do Governo. São apenas promessas e nada é cumprido. Tivemos um aumento na população e, por isso, precisamos de melhora na estrutura para conseguir desenvolver um melhor trabalho”, disse Vinicius, afirmando que a cobrança do que está acontecendo virá nas urnas nas Eleições deste ano.

Neto de José Paulo da Silva, Luiz Soledade ressaltou a importância do ato, o qual deve seguir de exemplo para outras comunidades locais e para a cidade como um todo. “A Escola está sendo muito bem cuidada pela comunidade e, com certeza, isso irá tocar o Município, que irá atender as demandas da José Paulo”, disse Soledade. Já o professor Gil, pediu que “a luta continue” e que a comunidade tenha “força para que a Escola vá para frente”. “Eu ainda irei viver para ver a Escola José Paulo da Silva ser uma referência para a Educação de Osório”, concluiu o ex-secretário de Educação.

Após as falas, foi realizado um abraço simbólico na Escola, dando encerramento ao ato. É valido ressaltar a presença da Brigada Militar (BM), que acompanhou toda a caminhada, garantindo a segurança dos presentes. Entretanto, também vale pontuar, que as manifestações ocorreram na mais profunda ordem.