CASO MIGUEL: Polícia encontra sangue em camiseta de menino

Sem conseguir localizar o corpo de Miguel Rodrigues, a Polícia Civil tem buscado novas provas técnicas para acrescentar na segunda parte do inquérito. Durante a apuração, os peritos estiveram em uma das pousadas que o garoto morou com a mãe e a madrasta, na Rua Sapucaia, na área central de Imbé. Neste local, foi recolhida uma camiseta vermelha, com estampa infantil, que a investigação acredita ser de Miguel. Havia manchas em tom vermelho escuro em diversos pontos da vestimenta. O resultado da perícia realizada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) constatou a presença de sangue humano.
“A camiseta da criança tinha sangue humano. Só resta confirmar que o sangue é da criança. Como foi colhido perfil genético da mãe, vai ser feito confronto. Isso demonstra que ele realmente era agredido. A presença de sangue reforça isso”, afirmou o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior.
No momento, um dos trabalhos que demanda esforço diário dos agentes é a análise de todo o material que foi extraído de dois telefones celulares. A partir das informações retiradas dos aparelhos da mãe de Miguel, Yasmin Rodrigues, e da madrasta, Bruna da Rosa, a polícia vem coletando mais elementos na tentativa de entender como se deu o crime.“Estamos analisando todos os dados extraídos do telefone, como, por exemplo, as conversas entre elas (Yasmin e Bruna). É um trabalho demorado. Estou reunindo tudo isso e espero concluir até sexta-feira, para poder afirmar como se deu a dinâmica”, afirmou Ractz.
Os dados foram extraídos por meio de um software chamado Cellebrite, que recupera inclusive dados apagados. Os policiais também podem acessar diretamente os telefones das duas, que foram apreendidos no início da investigação. No momento, a equipe reúne esses elementos para produzir um relatório que deve ser encaminhado ao Judiciário ao final dessa semana.
Além da troca de mensagens entre as duas, a polícia analisa conversas com outras pessoas. Um dos pontos que a equipe busca esclarecer é se existe algum homem de nome idêntico ao que é citado por Bruna em uma das mensagens. Em conversa com Yasmin, a madrasta de Miguel afirmou que este homem teria dito para que da próxima vez o garoto fosse acorrentado com mais força.
A polícia apurou que o menino era mantido trancado em locais como um armário e uma peça de um metro quadrado, que servia como um poço de luz, dentro da pousada onde eles viviam. Corrente e cadeados que seriam usados para prender a criança foram apreendidos.
À polícia, Bruna alegou que é o nome de uma “voz imaginária”. Ela está internada desde a semana passada no Instituto Psiquiátrico Forense e deve passar por nova análise psiquiátrica.
Em depoimento à polícia, Yasmin confessou ter cometido o crime, mas, posteriormente, a defesa dela informou que ela se diz inocente e afirma ter sido coagida. Neste contexto, a polícia entende que não pode contar somente com os relatos e busca reunir provas desse percurso. Sobre a alegação da defesa de que Yasmin foi coagida, o delegado afirma que as duas prestaram depoimento na presença de advogados e a confissão da mãe foi gravada. As duas foram indiciadas no último sábado (7), pelos crimes de: homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e tortura.
BUSCAS
No início da 3ª semana de buscas ao menino Miguel, os bombeiros seguem com foco na orla, na tentativa de localizar algum vestígio sobre onde possa estar o corpo do garoto. Os pescadores da região também estão em alerta. Como o Rio Tramandaí (onde supostamente a criança foi jogada) é ligado ao mar, a principal hipótese dos bombeiros é de que o corpo do menino tenha sido arrastado pela correnteza. Para mais informações sobre o caso acesse: www.jornalmomento.com.br.
FOTO: PC