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Câmara de Vereadores recebe evento da Federasul

OSÓRIO – Aproximadamente 150 pessoas estiveram no Plenário Francisco Maineri durante a tarde de sexta-feira (31/01) para a reunião da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul). O evento marcou a abertura das atividades da entidade em 2025.

Dando início aos trabalhos, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, ressaltou a importância do tradicional encontro. Ainda em sua fala, ele lembrou dos 98 anos da entidade, a qual, segundo ele, vem atuando com integração, simplicidade, propósito e pertencimento. No final de seu discurso, Rodrigo projetou o que a Federasul espera ao longo de 2025, o qual afirmou que será um ano “desafiador”.

Rodrigo Sousa Costa, presidente da Federasul.
Rodrigo Sousa Costa, presidente da Federasul.

Além de Costa, também estiveram presentes outras autoridades, incluindo: o vice-presidente de Integração da Federasul, Rafael Goelzer; o vice-presidente de Infraestrutura da entidade, Antonio Bacchieri; o vice-presidente jurídico da Federasul, Milton Terra Machado; O vice-presidente de Economia da entidade, Fernando Marchet; a presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da Federasul, Simone Leite; além dos prefeitos Diogo Siqueira (Bento Gonçalves) e Romildo Bolzan Júnior (Osório).

GERAÇÃO DE EMPREGOS

O programa de geração de empregos, idealizado pela Prefeitura de Bento Gonçalves e que ganhou parceira da Federasul, teve destaque durante o evento. O prefeito da cidade da Serra gaúcha, Diogo Siqueira, aproveitou a ocasião para apresentar o projeto aos presentes.

A iniciativa tem como foco o resgate da força de trabalho disponível entre os beneficiários do Bolsa Família, promovendo a reintegração desses cidadãos ao mercado de trabalho formal e estimulando o crescimento econômico local.  A ideia, de acordo com Rafael Goelzer, é alinhar a assistência social com a geração de oportunidades de emprego, fazendo com que os beneficiários do programa possam, efetivamente, retornar ao mercado de trabalho, gerar riqueza e ampliar suas rendas, sem necessariamente a eliminação do Bolsa Família, mas sim o ajuste do seu foco.

“Nosso objetivo não é ser contrário ao Bolsa Família em si. O que queremos é resgatar as pessoas pelo trabalho, permitindo que aquelas aptas ao mercado formal possam se reintegrar à sociedade produtiva e desenvolver-se economicamente”, explicou Goelzer. Segundo ele, a iniciativa busca identificar e apoiar quem realmente necessita do benefício, ao mesmo tempo em que cria uma ponte entre a mão de obra disponível e as vagas de emprego abertas nas empresas locais.

IMPLEMENTAÇÃO

A expansão do programa segue um planejamento detalhado, que inclui ações como o levantamento de vagas de emprego disponíveis nas empresas da cidade e a busca ativa de pessoas aptas ao trabalho nos programas assistenciais. O primeiro passo envolve a identificação do número de vagas de emprego abertas nas empresas locais, demonstrando com dados reais a escassez de mão de obra e o impacto dessa falta de recursos humanos no crescimento das empresas e no desenvolvimento econômico da cidade. A partir desse diagnóstico, é realizada uma reunião com a Associação Comercial local e a Prefeitura, para discutir as oportunidades e a importância de realizar um trabalho ativo de inclusão de pessoas no mercado de trabalho.

Após essa etapa, a prefeitura, com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social, faz um levantamento detalhado dos beneficiários do Bolsa Família, segmentando os perfis de quem pode estar apto para o mercado formal de trabalho. Com essas informações em mãos, são realizadas visitas às famílias, para verificar a possibilidade de reintegração ao mercado de trabalho formal.

A parceria com a Associação Comercial e Industrial (ACI) é fundamental, pois ela cria um banco de vagas de emprego, facilitando a colocação dos cidadãos que estavam no Bolsa Família, mas agora em busca de uma oportunidade no mercado.

RESULTADOS

 A ação traz benefícios para todos os envolvidos. Para as empresas, a rápida ocupação das vagas abertas significa aumento na produtividade, mais negócios e, consequentemente, mais desenvolvimento econômico para as cidades. Já para as pessoas em situação de vulnerabilidade, a possibilidade de retorno ao mercado de trabalho formal representa um novo começo, onde podem ampliar suas rendas e, muitas vezes, e “voltar a sonhar”, explicou Goelzer.

O modelo, afirma, deve passar por melhorias e aperfeiçoamentos contínuos. A cada encontro quinzenal ou mensal entre a ACI e a Prefeitura, será feito o levantamento dos resultados e o planejamento de novas estratégias, garantindo que o programa continue a gerar resultados efetivos.

Vice-presidente de Integração da Federasul, Rafael Goelzer.
Vice-presidente de Integração da Federasul, Rafael Goelzer.

Conforme Diogo Siqueira, após a implantação do projeto, Bento Gonçalves passou a atuar numa força-tarefa para encaminhar as pessoas que dependem do Bolsa Família ao mercado de trabalho. Para Siqueira, um dos pontos críticos é a quantidade de famílias recebendo o benefício do Bolsa Família. Ele lembrou que em 2024 foram R$ 168 bilhões investidos no programa Federal. “Temos hoje 25% da população brasileira vivendo com o Bolsa Família”, disse observando que esse número faz cair o nível de confiança do país.

No final, o prefeito de Bento Gonçalves sugeriu a redução dos beneficiários do Bolsa Família nos municípios. Para ele, o “empresariado local tem que atuar ao lado das prefeituras para agilizar as contratações de trabalho, além do executivo municipal fazer um levantamento revisitando os cadastros do bolsa família, confirmando se estão dentro das regras do programa”, concluiu.

Diogo Siqueira, prefeito de Bento Gonçalves.
Diogo Siqueira, prefeito de Bento Gonçalves.

CRÉDITOS FOTO 1: PMO
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