Venda do Hospital São Vicente de Paulo é tema de reuniões no Executivo e Legislativo
OSÓRIO – A compra do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) pela prefeitura segue sendo alvo de muitos debates. Durante a semana passada, a pauta foi discutida durante reuniões entra a direção da Associação Beneficente São Vicente de Paulo (ABSVP) com o Legislativo e o Executivo municipal. Na tarde de terça-feira (9), o encontro foi na Câmara de Vereadores, com o presidente em Exercício, João Pereira. Já na quarta (10), a reunião foi no Gabinete do Prefeito, com o prefeito em Exercício, Miguel Calderon.
Durante os encontros, o diretor-presidente da ABSVP, Marco Pereira, relatou os principais pontos de preocupação em relação ao futuro do Hospital da cidade, principalmente, com a desapropriação do São Vicente de Paulo. As reuniões também contaram com as presenças do presidente do Conselho da ABSVP Gilson Becker, e os seguintes membros da direção da Associação: Francisco Moro, Omar Luz, Remo Valim e Rener Machado.

Desde outubro de 2022, o Governo do Estado realizou uma intervenção, assumindo a Administração do HSVP. Passado mais de um ano, o Governo gaúcho não quer mais permanecer no comando da instituição. Em meio a esse cenário, a principal e “única” solução apontada até o momento seria a compra do Hospital por parte da prefeitura. Mais uma vez, Marco Pereira se posicionou contra a atitude do Executivo de tratar sobre o tema somente com o Governo do Estado, deixando de ouvir a ABSVP e também a comunidade osoriense. Aliás, a prefeitura deverá encaminhar ao Legislativo um Projeto de Lei (PL), o qual determinará o repasse do Hospital ao Executivo. A Associação Beneficente busca auxílio dos vereadores para que o PL, caso chegue a entrar em votação, não seja aprovado.
O diretor-presidente da ABSVP segue questionando o baixo valor a ser pago pela prefeitura na aquisição do Hospital. Segundo ele, o valor que, chegou a R$ 37 milhões, hoje está na casa dos 18 milhões de reais. Entretanto, conforme Pereira, uma avaliação técnica realizada a pedido da direção da ABSVP constatou que o Hospital está avaliado em R$ 50 milhões, incluindo equipamentos e o ponto de localização.
Outro ponto levantado por Marco é em relação ao déficit do HSVP, que é de 1,9 milhão de reais mensais (R$ 60 mil por dia). Desde que foi levantada a possibilidade de compra do Hospital por parte da prefeitura, se fala no repasse, por meio de concessão, a uma instituição. O que o diretor-presidente da ABSVP questiona é se, essa dívida será paga pelo Executivo e/ou pela empresa que assumir a gestão do São Vicente de Paulo; e de que maneira será feito o pagamento, pedindo mais transparência por parte dos envolvidos, mais uma questão levantada por Pereira. Em dezembro do ano passado, as interventoras do Hospital deram uma entrevista a uma rádio da cidade onde deram declarações que a situação do São Vicente de Paulo está tudo “às mil maravilhas”. Porém, durante sua fala, Marco Pereira apontou a dificuldade no agendamento de agendamento de consultas e atendimento de Convênio do HSVP, entre outros problemas.
Também foram discutidos outros assuntos, como a situação dos funcionários do Hospital e questão de atendimento a outros municípios do Litoral Norte. Lembrando que o São Vicente de Paulo é referência em atendimento para os municípios da região dos Bons Ventos, que englobam Capivari do Sul, Caraá, Mostardas, Palmares do Sul, Santo Antônio da Patrulha, Tavares, além de Osório.
