REGIÃO

257 mil propriedades foram atingidas pela estiagem no RS

A Emater/RS-Ascar divulgou no sábado (12), a terceira edição do Boletim Evento Adverso – Efeito da Estiagem nas Principais Atividades Agrícolas do RS, com informações levantadas no período de 25 de janeiro a 04/02 nas unidades operativas da Instituição, e a Segunda Estimativa da Safra de Verão 2021/2022.

De acordo com o Boletim Adverso, até o momento cerca de 257 mil propriedades foram atingidas pelos efeitos da estiagem, além de aproximadamente 17,3 mil famílias com dificuldades ao acesso à água. O número de produtores atingidos no cultivo de milho ultrapassou os 98 mil, acréscimo de quase cinco mil produtores com perdas na sua produção em relação ao último levantamento. Só em relação a soja, são cerca de 88 mil produtores com redução na produtividade. Outro número elevado é o de produtores de leite. São 33,1 mil com dificuldades na produção.

ESTIATIVA PARA A SAFRA DE VERÃO

Conforme a Segunda Estimativa da Safra de Verão, aponta-se uma redução de produção nas culturas em relação à estimativa inicial e uma mensuração de perdas econômicas baseada no preço do produto divulgado em Cotações Agropecuárias em 10/02. Segundo o levantamento, na cultura do milho a produção deve ser de 2,7 milhões de toneladas, uma redução de 54,7% em relação à estimativa inicial (6,1 milhões de toneladas). O que representa uma perda de R$ 5,2 bilhões.

Já a produção da soja, deve ser de 11,1 milhões de toneladas, 43,8% a menos que o estimado inicialmente (19,9 milhões toneladas). A perda econômica fica em mais de R$ 27,8 bilhões.

PERDA DO ARROZ

Segundo o levantamento desenvolvido pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a orizicultura (produção de arroz) também vem sendo afetada pela estiagem. A indicação é que as perdas podem ficar entre 7% e 10% na cultura. O estudo já contempla cerca de 60% dos municípios produtores de arroz no Estado, concentrando a maior parte da produção e as áreas mais atingidas pela escassez de chuvas. “Nós temos, portanto, uma amostra bastante significativa do total e até agora temos municípios com perdas. Daqueles que estão perdendo, variam entre 1% que é a mínima e 30% que é a máxima”, descreve o economista-Chefe da Farsul, Antônio da Luz.

Até agora, a média ponderada das perdas está em 14,7%. “O que é uma perda imensa sobretudo considerando termos arroz irrigado. Também é de se ressaltar, por outro lado, que temos municípios que não tem perda nenhuma e que inclusive devem ter aumento de produtividade. Quem teve água em quantidade também teve insolação abundante e com isso vai ter uma produtividade quem sabe até melhor do que no ano passado”, comenta Luz

O economista explica que ao unir as partes com prejuízos e aquelas que terão ganho de produtividade o resultado final deve ser uma perda entre 7% e 10% da produção orizícola no estado. “E todos os dias esses números estão aumentando. Mas, uma perda entre 7% e 10% já é bem possível de se imaginar para o estado inteiro. Considerando os 14,7% nos municípios que estão perdendo já perderam e considerando aqueles municípios que vão ter um desempenho igual ou melhor ao do ano passado”, avalia.

FOTO: Defesa Civil