Festa do Rosário, de Osório, renova a fé e mantém viva a cultura dos maçambiques
O secretário de Estado da Cultura, Victor Hugo, conheceu, na noite dessa sexta-feira (2), em Osório, a Festa em Louvor à Nossa Senhora do Rosário. Importante data no calendário festivo e religioso do Rio Grande do Sul, o movimento cultural é realizado há mais de 100 anos pelo grupo Moçambique e ocorre até o próximo domingo (4), com uma extensa programação de música e dança.
Victor Hugo foi recebido pelo prefeito, Eduardo Abrahão, pela conselheira estadual de Cultura, professora Maria Marques, e pelo rei Congo, José Manoel Borges, e sua rainha Ginga, Isabel Borges. “A Festa de Nossa Senhora do Rosário mantêm viva a tradição dos maçambiques em Osório, um patrimônio cultural, renovando a fé e transmitindo sua história e conhecimento às novas gerações”, destacou o secretário.
O maçambique é uma das variações gaúchas das congadas, uma tradição presente em todo o território brasileiro que possui origens e influências nas festas de coroação de reis negros praticadas durante o período colonial, assim como breves influências portuguesas e, dependendo do local, também indígenas. Em Osório é praticada por negros devotos à Nossa senhora do Rosário que, através de seus cantos, tambores e danças, pagam promessas por graças atendidas pela santa.
Para os quilombolas, dançar o maçambique é uma forma de retribuir à santa o cuidado que ela dedica a cada um de seus devotos. A origem africana do festejo revela-se nas personagens principais do maçambique: o rei Congo e a rainha Jinga.
O rei Congo e a rainha Jinga são figuras históricas que, no século XVII, lideraram a resistência de Congo e de Angola, respectivamente, à presença portuguesa. Esses reis simbolizam, no imaginário popular, a reação angolana e congolesa a Portugal e à escravidão.