A tragédia que se abate sobre o Rio Grande do Sul despertou no povo brasileiro a sua empatia e toda a sua solidariedade que passou a tomar dimensões mundiais. A tristeza que hora se apresenta logo deverá ir embora com o baixar das águas, o que parece não ser tão logo, mas que servirá como ensinamento para como lidar com a mãe natureza. O povo gaúcho mesmo diante da tragédia não se abate, busca forças para superar as dificuldades e estende a mão para que seja socorrido neste momento triste que marcará nossa história.
O nosso chão precisa ser estudado em toda a sua geografia e aprender com a tragédia por onde deveria estar a mitigação dos problemas. Governos se passaram e foram deixando de lado a preocupação com as cheias periódicas. 2023 revelou a fragilidade do estado no tangente a escoamento das águas das bacias hidrográficas. Um aviso da natureza que foi desconsiderado e agora mostrou o que o descaso pode gerar a toda uma população.
As fortes chuvas e as enchentes estavam nas previsões algumas semanas antes dos acontecimentos e nenhum plano de contingência foi preparado pela Defesa Civil com vistas a uma grande emergência. O Estado foi negligente ao cuidar da segurança do seu povo.
Os desdobramentos desta tragédia ainda serão piores quando as estatísticas vierem sobre os atingidos. Nas águas milhares de animais mortos em decorrência das criações de sítios, fazendas e de moradias, sem falar naqueles que pereceram nas águas por não abandonarem a tempo suas casas.
Esta destruição do estado fará com que os gaúchos se reinventem e partam para soluções preventivas e cuidados maiores para com o nosso chão. O planejamento das cidades deve ser intenso para que se evite a ocupação de áreas de risco. Permitir a moradia a margem de rios já ficou evidente que é um risco e que a qualquer momento poderá elevar e carrear para o seu leito toda uma vida construída às margens deste.
A infra estrutura de pontes, prédios e estradas deverão prever as áreas onde poderão ser construídas e como deverão ser construídas considerando o risco de novas cheias. Concomitante a isto, o leito dos rios deverá ser dragado para limpar o caminho das águas e manter maior fluidez em seu leito. O Estado tem uma geologia diferenciada e sua geografia revela que suas bacias hidrográficas colhem tem um único destino: o lago do Guaíba e o canal de Rio Grande para ser escoado. A construção de um canal cortando a península em sua parte mais estreita em a lagoa e o mar aumentaria em muito a vazão da lagoa dos Patos e impedindo a inundação das cidades ribeirinhas, algo que já está sendo ventilado nos meios políticos.
O sistema de alerta de temporais deve ser mais intenso e esclarecedor para que a população tenha realmente a noção do perigo que está por vir e assim buscar um lugar seguro até que as águas baixem e ter o retorno à moradia.
Nosso estado precisa ter uma nova visão do futuro e desenvolvimento. A recuperação da nossa economia urge ser buscada para mitigar o desemprego que está por vir. Não podemos esquecer de que planejar esta retomada é crucial para que milhares de gaúchos tenham a tranquilidade em seus lares e em suas atividades.
O Rio Grande deve ressurgir com um novo norte para evoluir e ter novamente orgulho de ser um estado pujante, inovador e um grande produtor de alimentos. Cabe ao Governo Federal investir e dar ao Rio Grande a consideração pelo grande trabalho do povo gaúcho, mas para isto precisam demonstrar interesse, competência e maior veracidade nas ações que deverão realizar.
A grande ajuda que o Governo Federal pode dar ao Rio Grande é dar condições de os gaúchos, seu povo e empresários reconstruírem nosso estado, não atrapalhando e retirando menos das riquezas que produzimos.
O Rio Grande do Sul ressurgirá pujante e inovador por ser um grande desbravador do novo país e ter mostrando ao longo de décadas sua importância econômica para toda a nação brasileira.
Aos bravos heróis voluntários de todas os cantos do país certamente faltarão palavras para demonstrar a gratidão pelo carinho e trabalho que desempenharam neste momento ímpar do povo gaúcho.