Territórios e Agroflorestas em Rede – importante evento de troca de saberes

Três dias de debates sobre passado, presente e futuro dos pescadores, indígenas, quilombolas e outros grupos, em Osório Semana passada Osório sediou três encontros, ao longo de três dias, com pautas muito importantes reunindo representantes indígenas, pescadores de todo o Litoral Norte, quilombolas, professores e alunos da UFRGS e do Instituto Federal – IFRS, Embrapa, Emater Osório, Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas-Cofrem, instituições, organizações, como Comatiff, Secretaria de Agricultura da Prefeitura de além de representantes de cooperativas, associações. Os três dias de encontro foram divididos entre o I Seminário de Desenvolvimento Territorial Sustentável da Região Sul, III Seminário de Frutas Nativas do RS, II Seminário das Agroflorestas do RS, III Nhemboaty Mbya Kuery: teko ojevy angua regua, yy e ‘ëregua, Pesca Artesanal e Biodiversidade – Impactos Sociais e Econômicos no Litoral RS e III Encontro Região Sul de Etnobiologia e Etnoecologia por meio de uma programação diversificada e dinâmica entre mesas-redondas, troca de experiências, apresentação de projetos de pesquisa e desenvolvimento em agroflorestas, apresentação de resumos expandidos por meio de exposição de pôsteres além da participação do público por meio de perguntas e depoimentos. Os encontros tiveram início na quarta-feira, 13 de julho de 2016, no Campus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), tendo começado pelo encontro “Territórios e Agroflorestas em Rede”. A atividade durou até sábado (16) e teve por objetivo promover a discussão sobre temas de agroecologia, sistemas agroflorestais, etnoecologia e etnobiologia, bem como o fortalecimento de ações de gestão participativa nos territórios rurais. No IFRS alunos, professores e representantes de povos tradicionais puderam ter um importante momento de debate científico sobre a importância e a conservação dos recursos naturais, o papel das populações tradicionais e da agricultura familiar na manutenção e conservação ambiental, bem como de projetos de desenvolvimento que observam a sociobiodiversidade dos territórios. O “Territórios e Agroflorestas em Rede” é focado no seguinte público: moradores dos territórios rurais da Região Sul, docentes, profissionais/pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação que tenham interesse na questão. Esse evento é um esforço entre universidades, por meio do Núcleo Interinstitucional de Pesquisa e Extensão em Desenvolvimento Territorial e Etnoecologia – Nipedete (Ufrgs, IFRS e Uergs) do Litoral e dos Campos de Cima da Serra, organizações não-governamentais e da sociedade civil, com apoio do setor público. Esse Núcleo tem entre os objetivos promover ações de extensão e de pesquisa que visem desenvolver comunidades de agricultores familiares e assentados da reforma agrária, indígenas, pescadores artesanais e quilombolas, com especial atenção às mulheres. Foi criado por incentivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do CNPq, via edital de chamada pública de 2014. Em nome do Coordenador do Território Rural do Litoral, sr. Charles Lima, e em nome da Câmara Temática dos Povos e Comunidades Tradicionais desse Território, temos a satisfação de encaminhar o Documento gerado no 3º Encontro Mubyá Guarani, com o apoio da Equipe de Pesquisadores PGDR/UFRGS, que permaneceram durante todo o Encontro, na Aldeia; a saber, Rafaela, Rodrigo, Grégori e Rafael (Profº no Litoral). Pescadores – Os pescadores do Litoral Norte estiveram reunidos na sexta (15) no clube Associação dos Cabos, Soldados e Sargentos – Acaso, durante a manhã e foram apresentados trabalhos e discutidos os rumos da pesca no LN, no Rio Grande do Sul e no Brasil. Discutiu-se também uma possível mudança no decreto estadual de 2014, que passou a ser executado no ano passado, que inibe a pesca do bagre no Estado, considerada sob ameaça de extinção. Quando você compra um peixe no supermercado, na feira, num restaurante você não sabe a origem daquele animal nem que pescador ou pescadora e, provavelmente toda sua família, vivem exclusivamente da pesca. Quando você come peixes de água doce ou salgada, frutos domar, você não imagina em que condições o animal foi pescado, nas condições dos pescadores, nas leis que estão por trás da pesca e dos pescadores. Até o produto chegar à sua mesa existe toda uma cadeia muito mais complexa do que se imagina, que precisa ser discutida por órgãos governamentais e não governamentais, comunidades, profissionais, associações, cooperativas, comunidade acadêmica e veículos de comunicação. Foi com este intuito que pescadores e representantes de pescadores se reuniram para discutir o futuro da pesca artesanal, as leis, as questões ambientais e como se chegar a um denominador comum. Indígenas – O Nhemboaty Mbya Kuery é o terceiro de uma série de encontros que estão sendo realizados no âmbito do Território Litoral/RS, entre as 10 comunidades Mbya Giuarani presentes nesta região. A Tekoa Kuaray Rexê, Aldeia do Sol Nascente, está sendo a anfitriã nesse encontro, sendo que os anteriores foram realizados no mês de março, na Tekoa Pindoty, município de Riozinho, e, no mês de maio, na Tekoa Nhu Porâ, em Torres. Para este encontro realizado em Osório vieram representantes das aldeias Guarani do litoral de Santa Catarina. Na sexta (15) de tarde houve o encerramento dos três dias de encontro reunindo todos os grupos no auditório do IFRS Osório. Antecipamos que o 4º Encontro Mubyá Guarani do Litoral já está pré-agendando entre os Guarani para os dias 10 à 14 de outubro de 2016, na Aldeia Som dos Pássaros, no vale da Solidão, em Maquiné.

 

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