CIDADESAÚDE

Suspenção de serviços do SUS no HSVP devem começar em novembro

OSÓRIO – Não é novidade para a comunidade osoriense que o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) vem sofrendo uma crise financeira, que só se agrava com o passar dos dias. E para não chegar a um colapso e precisar fechar, a instituição já iniciou as primeiras medidas para diminuir os gastos. Segundo o presidente do HSVP, Marco Pereira, no último dia 29 de agosto, foi enviada uma notificação a Secretaria de Saúde do Estado (SES), informando sobre a suspensão de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme Marco, a decisão recebeu o apoio do Conselho Consultivo do Hospital. Lembrando que a notificação é obrigatória, de acordo com o contrato assinado entre HSVP e SES.

Segundo o documento, só o setor de Urgência e Emergência tem um déficit mensal de 215 mil reais. A situação é a mesma em outras áreas como no Centro Obstétrico, que possui um déficit mensal de R$ 168 mil, assim como as Cirurgias de Urgência e Emergência. Conforme o Hospital, o setor de emergência conta com 14 leitos adultos e pediátricos, atendendo 1.578 pacientes por mês. A instituição também realiza, em média, 30 cirurgias de emergência e 81 partos mensais.

Começando a contar desde a última segunda (5), caso não haja nenhuma mudança da situação, o São Vicente começará a cortar os serviços no término de 60 dias, isto é, a partir da primeira semana de novembro. Com isso, os serviços de plantão em ortopedia e traumatologia da emergência do HSVP deixarão de funcionar e os pacientes do SUS que necessitarem de atendimento de urgência serão redirecionados a outro Hospital da região.

Isso também valerá para os pacientes dos demais municípios da região Bons Ventos que o HSVP atende atualmente. São eles: Capivari do Sul, Caraá, Mostardas, Palmares do Sul, Santo Antônio da Patrulha e Tavares. Segundo o presidente do Hospital, 40% dos atendimentos são de pacientes dessas cidades. Com o fechamento dos serviços, cerca de 60 profissionais serão afetados apenas nesta primeira leva de cortes. Vale lembrar que o déficit mensal do Hospital é de R$ 1,3 milhão, sendo grande parte desta dívida oriundas dos atendimentos de urgência e emergência, e dos serviços de obstetrícia, por meio do SUS.

 “Hoje esse serviço que prestamos de urgência e emergência nos custa 500 mil. A partir de sete de novembro o município terá que ter solução para esse atendimento. Em Osório a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) custa mais de 500 mil, com teto de gasto em mais de 800 mil. Com esse recurso acho que não consegue atender a demanda. Estamos abertos para o diálogo. É com muita dor que venho dar essa notícia, mas esperamos em nome de uma força externa que essa situação seja revertida”,declarou Marco Pereira.

Presidente do HSVP Marco Pereira.

Fotos: Divulgação