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Simers lança campanha alertando para o fechamento de Centros Obstétricos no RS

O Sindicato Médico do RS (Simers), por meio do Núcleo Simers de Obstetrícia, torna público perante toda a sociedade gaúcha, o sentimento de contrariedade, bem como a preocupação com os reflexos do encerramento das atividades de diversos centros obstétricos no Estado. Para tanto, está lançando a campanha Salvem os Centros Obstétricos do RS. O alerta sobre o problema iniciou na última semana, durante reunião realizada na Casa da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), na Expointer.

Nos últimos anos, cerca de quase uma década, há uma escalada no fechamento de maternidades em todas as regiões do RS. Em Porto Alegre, houve a descontinuidade dos serviços nos hospitais São Lucas da PUC-RS (HSL) e Ernesto Dornelles (HED), além da extinção do setor no Hospital Nossa Senhora do Livramento, em Guaíba, sendo esse um dos casos mais emblemáticos do desmonte da saúde obstétrica gaúcha. No interior do Rio Grande do Sul, localidades como Aceguá, São José do Norte, Rio Grande, Santana do Livramento, Osório, Campina das Missões e, recentemente, Caxias do Sul, tiveram suas atividades ameaçadas ou completamente finalizadas.

De acordo com a coordenadora do Núcleo, Márcia Barbosa, “o desmonte do atendimento às parturientes, muito incentivado pelo Poder Público, vem se tornando, ano após ano, cada vez mais intenso e não se leva em conta a mensuração dos impactos destes fechamentos na qualidade de vida, em melhores condições para o desenvolvimento da saúde pública, além dos ataques contra os obstetras, que precisam conviver com estruturas precárias e a intromissão, sem embasamento técnico, de profissionais – ou não- durante o Ato Obstétrico, propriamente dito”, disse.

Diante deste levante em prol da destruição da obstetrícia, o presidente do Sindicato Médico do Estado, Marcos Rovinski, alerta em nome da entidade médica e de seus representados, que expor gestantes e nascituros a riscos desnecessários e com defasagem no atendimento. É abrir prerrogativas para superlotação, que beiram o “medievalismo e acabam por contribuir com o avanço da mortalidade fetal, por exemplo”, ilustrou.

Além da campanha de alerta, o Simers tentará construir, junto com autoridades e a sociedade, alternativas que tem como objetivo melhorias dos serviços e sua sustentabilidade financeira e estrutural. O vice-presidente da entidade médica, Marcelo Matias, que é obstetra, construirá dentro do Núcleo de Obstetrícia do Simers, um cronograma de ações em que estarão previstas reuniões com autoridades municipais, estaduais e federais. A meta é sensibilizá-los para que participem deste movimento em defesa dos Centros Obstétricos gaúchos.

Foto: Divulgação