CIDADESAÚDE

Servidores realizarão manifestação em prol do Hospital

OSÓRIO – Diante da atual situação que o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) está passando, com a previsão de cortes de serviços e de funcionários a partir do dia 1º de setembro, servidores da instituição resolveram agir e ir às ruas para realizarem uma manifestação. O ato está marcado para esta sexta-feira (26), com saída às 9h e 30min do HSVP até a prefeitura local e toda a comunidade está convida a participar.

Os manifestantes isentam a atual gestão municipal de responsabilidade da atual situação. Porém, pretendem pedir auxílio ao poder público, para que o Hospital não feche serviços, como o centro obstétrico, emergência, especialidades como traumatologia, e setores como a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Uma das maiores cobranças, é o alto investimento do município para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), visto que ela ainda segue sem credenciamento e, portanto, sem repasse de recursos do governo Federal. Segundo os organizadores da manifestação, devido a isso, a UPA não pode receber ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e nem da CCR Viasul, sendo estes atendimentos ficando de responsabilidade do Hospital da cidade.

“Nós somos um filtro para UPA, visto que nossa população tem a cultura de procurar atendimento primeiramente no Hospital”, disse uma servidora do São Vicente de Paulo, que não quis ser identificada. Segundo ela, o fechamento dos serviços anunciados, podem gerar 100 demissões. “O município sem a UPA se mantém, mas será que sem Hospital se manterá?”, questionou. Para se ter uma ideia, o setor da obstetrícia, por exemplo, atende cerca de 400 gestantes de Osório e mais 380 de outros municípios, o que dá um total de quase 800 grávidas. Caso seja cortado o serviço, onde essas pacientes serão atendidas?

De acordo com a nota emitida pelo HSVP, por meio do presidente da instituição, Marco Pereira, a partir do dia 1º/09,o serviço de plantão em ortopedia e traumatologia da emergência do HSVP, deixará de funcionar e os pacientes (do SUS) que necessitarem de atendimento de urgência serão redirecionados ao Hospital de Tramandaí. “A não existência de ‘plantão pediátrico’ na emergência se deve a ‘inexistência de recursos’ para pagamento do profissional médico”, relata a nota.

No mais, o hospital atenderá normalmente pelo prazo de 60 dias. “Por fim, salientamos que mesmo com as medidas a serem adotadas, sem o recebimento de recursos ‘novos’, a situação de dificuldade permanecerá. Nosso objetivo é manter o Hospital funcionando de forma regular, porém, em decorrência da falta de recursos, com menor amplitude aos usuários do SUS”, finaliza a nota emitida pelo Hospital São Vicente de Paulo, por meio do presidente Marco Pereira.

RESPOSTA DA PREFEITURA

Em vídeo divulgado na segunda-feira (22), nas redes sociais da prefeitura, o prefeito Roger Caputi afirmou estar ciente na situação séria e complexa do Hospital e ressaltou que isso não vem de hoje, mas sim, ao decorrer dos anos. Segundo o chefe do Executivo Municipal, a prefeitura não pode repassar dinheiro ao HSVP, devido a questões judiciais. Portanto, só poderia comprar serviços da instituição de saúde, o que já, segundo Roger, foi negado pela direção do São Vicente de Paulo.

O prefeito Caputi ainda deu uma solução para resolver os problemas do Hospital de Osório: “Enquanto não tivermos uma empresa que possa assumir o Hospital São Vicente de Paulo, nós nunca teremos uma solução para resolver o problema da crise financeira da instituição”, afirmou. No final, ele se colocou à disposição da população e disse que será analisada a situação dos cortes para não deixar a população osoriense sem atendimento.

Foto: Divulgação