Semipresidencialismo ou semijusticialismo?

Apesar do Brasil ter um regime presidencialista, nossa Constituição de 88 tem todo um arcabouço de um semipresidencialismo. O poder Legislativo tem ingerência em todos os poderes e a finalidade precípua de fiscalizar os atos do executivo e do Judiciário. Tanto é assim que a Câmara poderá promover o impeachment do presidente e o Senado o da exclusão de ministros do STF e outras cortes superiores.

O Congresso Nacional, onde funciona o poder Legislativo tem o Senado Federal e a Câmara dos Deputados onde estão os eleitos pelo povo para lá representarem, proporcionalmente às suas populações das unidades federadas. Pois bem, isto ao longo das últimas décadas este poder importante para a Democracia tem-se se tornado um poder herege, assumido por gangsters, corruptos e toda uma orda de elementos nocivos cuja vontade está em obter vantagens para si de toda ordem. A corrupção tornou muitos destes membros do Legislativo em cordeiros e adestrados pelos cães farejadores do STF que lá chegaram indicados da forma como todos já devem saber como. Assim o poder supremo, tendo o Legislativo composto de pessoas com processos tem exercido sua influência, quem sabe em reuniões secretas como a do ministro Fux com o presidente do Senado Ricardo Pacheco recentemente.

O ministro Fux recentemente se pronunciou sobre o país ter um semipresidencialismo e que isto é o desejo de muitos deputados em decorrência do efeito Bolsonaro que cortou o propinoduto e o toma lá da cá. Mesmo assim os deputados criaram meios legais de obterem recursos federais através das emendas parlamentares, de bancada e do relator, cujo volume total de recursos supera o orçamento de muitos ministérios.

O modo Bolsonaro de governar mexeu com os “brios” daqueles acostumados a terem fartura de recursos e promovem seus desvios, além de colocar apadrinhados em diversos cargos públicos fatiando o governo. Lula e Dilma usaram muito desta forma de governar para implantar o projeto comunista, distribuindo a riqueza entre seus asseclas e apadrinhados. Tudo foi destruído pela necessidade de Michel Temer precisar ter uma imunidade maior para salvar-se dos processos judiciais de corrupção que enfrentava e também proteger seus asseclas e serviçais. Tudo isto se vislumbrou a oportunidade de infiltrar no canil do STF seu pit bull, Alexandre de Moraes por ele perfeitamente adestrado.

Por sua vez, o ministro Alexandre de Moraes, considerado um novato e que supostamente não afetaria o clã dos notáveis, foi inserido como um lobo esperto no rebanho de ovelhas, travestido de cão ovelheiro.

A introdução de Alexandre de Moraes no STF o ungiu de sabedoria e de poder ao mesmo tempo em que foi colocando as ovelhas no cercadinho. Logo mostrou a que veio e tem desempenho com maestria tudo que lhe foi certamente incumbido. Assim, o mais jovem dos ministros percebeu que poderia ser o protagonista do semijudicialismo, onde o poder supremo a tudo lhe concedia por sua própria vontade. Não que o poder lhe tenha subido à cabeça, mas sim por ter uma missão a cumprir dentro de um reduto quase que impenetrável, dependendo somente da vontade de um presidente amigo.

Hoje vemos as medidas tomadas e aquiescida por seus parceiros de toga mesmo à revelia da Constituição e vemos o presidente do STF distante sendo menos do que é a Rainha da Inglaterra e buscando tornar o presidente e seus apoiadores como dominados pelos seus poderes. O Senado em sua maioria já se curvou, principalmente o presidente Ricardo Pacheco que tem muito a ganhar com sua omissão em detrimento de todo o povo brasileiro.