EDITORIAL

SAÚDE INDO AO CAOS

O Sistema único de Saúde brasileiro pode ser considerado como a ideia mais perfeita para atender às necessidades da população nos diferentes níveis de renda. Não se trata de um sistema para atender somente aos mais necessitados, mas garantir acesso à saúde a todo a população conforme preceitua a Constituição.

A garantia de percentuais mínimos de investimento na área da Saúde por parte dos municípios, do Estado e da União de seus orçamentos financiam o sistema, mas a tabela SUS é que remunera os hospitais conveniados pelos serviços prestados. Tabela esta que por mais de 10 anos não tem reajuste e que somente agora passará a ter correção anual. Este longo tempo sem o reajuste trouxe aos hospitais sérias dificuldades tendo em vista que os custos sempre se elevaram a cada ano e vinham sendo deficitários os recursos para atender a despesa decorrente o serviço prestado. Os hospitais foram acumulando dívidas por que as contas não fecham e os entes públicos que financiam o sistema não se importaram em verificar que tal ação chegaria ao ponto de falência dos hospitais.

Os hospitais federais, grande parte destes hospitais universitários contam com polpudas verbas para o custeio e os sob gestão do Ministério da Saúde, apesar de não faltar recursos surgem escândalos nas compras de materiais, no desperdício de recursos e na má gestão. O que foi revelado recentemente no caso dos hospitais federais do Rio de Janeiro representa um escárnio na prestação de serviço para a população que espera meses e até anos para terem uma cirurgia e implante de próteses. A entrega da gestão de grandes hospitais para apadrinhados políticos, na maioria despreparados para compreender a gestão hospitalar e controle gera prejuízos enormes ao erário e a perda de vidas por não atender a população que por fim é quem paga a conta.

Na pandemia o Sistema único de Saúde recebeu vultosas somas para atendimento hospitalar e atender a demanda que se faria necessária, rapidamente se preparando para o clima de caos com que foi colocado a questão da Covid para a população. Como a pandemia foi muito politizada e o PSTF comandou equivocadamente tornando prefeito e governadores em doutores em epidemiologia. O caso das ações do governador de São Paulo foi desastroso tanto na Saúde como na economia do estado mais rico do país, durante a pandemia, sendo o que mais recursos recebeu e a má aplicação dos recursos gerou centenas de mortes. Os hospitais não tiveram o treinamento para atender adequadamente e nem foi dado aos médicos o direito de realizar o ato médico exercitando seus conhecimentos. Assim a confusão criada pela velha mídia e aproveitadores políticos permitiu que muitos desviassem os recursos destinados ao combate da pandemia, que até mesmo Osório teve caso de desvio segundo foi apurado a época.

Agora, sem a pandemia, os mesmos que tanto queriam inocular um produto experimental se negam a comprar a vacina devidamente produzido pelos métodos científicos e devidamente testada e estamos vendo mais de 2 milhões de pessoas infectadas pela dengue e algumas centenas de mortos pela doença. A dengue devia ter sido prevista diante das enchentes e desastres naturais ocorridos desde setembro do ano passado, mas onde ficaram os especialistas, os epidemiologistas e cientistas de plantão que não perceberam da gravidade do que se avizinhava.

Neste momento, aqui no Estado está ocorrendo a falência do sistema hospitalar que o Estado e os municípios que deixaram de investir. Se a prevenção não estava funcionando com as centenas de Postos de Saúde e que consomem recursos a ponta final do sistema são os hospitais e que forma preteridos dos investimentos em saúde. Os Postos de Saúde, em sua grande maioria não tem médicos e consultas disponíveis tanto em clínica geral, como especializada de modo a atender a demanda da população. Agora vários hospitais estão entrando em falência como o caso do Instituto de Cardiologia, hospitais da região metropolitana e hospitais do litoral norte. O Estado deixou de investir nos hospitais e cortou benefícios que recebiam no governo Sartori. Seguiu com o pagamento pela tabela SUS defasada e ainda o IPE que além de pagar valores menores, glosava parte das despesas e ainda atrasava os pagamentos, sem qualquer compensação aos hospitais.

Ao longo dos anos foi se cirando uma situação de caos da rede hospitalar e atualmente os gaúchos contam com hospitais de excelência na capital e instituições filantrópicas a beira da ruína levando ao aumentando a procura para a rede hospitalar da capital que agora está superlotada em sua capacidade quando ainda não chegou a período de inverno que é onde a procura por leitos aumenta vertiginosamente.

O Estado perdeu leitos hospitalares e está a assumir a responsabilidade pelas instituições com as quais ao logo dos anos contribuiu para o caos que hoje atingiram e busca repassar toda esta deficiência para empresas terceirizadas que visam o lucro e o atendimento é uma consequência do que estão assumindo.

O Estado deve replanejar o atendimento hospitalar gaúcho criando centrais regionais de excelência e ter nos pequenos hospitais condições de atendimento emergencial e de internação.