Saúde a míngua
O Sistema único de Saúde necessita urgentemente uma atitude responsável e direta de enfrentamento da crise no setor de atendimento à saúde pública. Hospitais estão perder leitos e muitos a ponto de fechar as portas para atendimento da população, não por falta de médicos, enfermeiros, mas sim pelas dívidas acumuladas ao longo de anos devido a uma tabela SUS que deixa os hospitais reféns do Sistema de Saúde.
O sufocamento constante dos hospitais filantrópicos e santas casas é visível e a relação tripartite entre União, Estados e Municípios segue desigual e sufocante para os orçamentos municipais. Enquanto o SUS agoniza, um genocídio acontece pela falta de atendimento e tratamento de milhares de pacientes diariamente, estando empilhados em macas e até deitados sobre o chão de emergências aguardando atendimento. Esta imprevidência dos governantes pode muito bem ser vista com o ocorrido em Manaus durante a pandemia onde o Estado do Amazonas permitiu faltar oxigênio aos hospitais, mas não faltou aos governantes a cara de pau de ir a mídia para culpar outros da irresponsabilidade que geraram.
A manutenção de leitos de UTI deveria ser do modo como foi realizado durante a pandemia, quando estes eram remunerados pelo número de leitos disponíveis e não pelo de leitos efetivamente ocupados. O custo de manutenção de leitos de UTI para um ou cinco é praticamente a mesma, mas se remunerados somente por um destes a unidade intensiva entra em prejuízo. Assim procede com leitos oferecidos pelo SUS que geralmente faltam para atender a demanda e a solução encontrada pelos hospitais é a redução destes.
É vergonhoso saber que para uma campanha eleitoral com a do ano passado o Congresso rapidamente elevou os valores dos recursos públicos destinados a financiar campanhas dos partidos de partindo de R$ 2 bilhões para R$ 5,6 bilhões. Agora o governo federal vê como uma grande ação disponibilizar R$ 2 bilhões de ajuda a hospitais, enquanto gasta em diária de hotel R$ 95 mil reais para acomodar o casal presidencial para estar presente na coroação do Rei da Inglaterra.
Na Operação Lava Jato foram recuperados mais de R$ 6 bilhões que foram destinados a propina e desvio de recursos e que poderiam ser aplicados ao sistema de Saúde. Temos um BNDEs que irá financiar republiquetas de esquerda falidas e com garantia do Tesouro Nacional que irá ultrapassar os R$ 20bilhões de reais, enquanto os Hospitais amargam com empréstimos bancários a juros extorsivos.
A Saúde está morrendo à mingua com a escassez de investimentos e de planejamento do SUS que mesmo assim tem garantido uma grande parcela do atendimento médico da população mais pobre. O governo federal tem um flagrante desrespeito à Constituição, carta que garante a universalidade do atendimento e que para isto deveria também garantir o total financiamento para funcionar a pleno e garantir o direito da população.
Vemos um STF preocupado em crucificar um ex-presidente por não atender aos anseios da Justiça Politizada, a ponto de averiguar com uma importância extrema a possibilidade de falsificação da carteira de vacinação, quando o mais perigo de tudo é a roubalheira desenfreada e os desvios de milhares de reais que deveriam estar sendo investidos na Saúde, na Educação e na Segurança.
Tem-se um ocupante da cadeira presidencial que está preocupado em viajar pelo mundo em primeiríssima classe seguido de uma orda de puxa-sacos com tudo pago pelo erário público e gastos extraordinários com o cartão corporativo.
Os presidentes das casas dos representantes do povo estão a disputar holofotes e benesses do governo para se manterem no poder e atrasar o país e colocar novamente a nação sob vergonha internacional, algo que o atual ocupante tem feito com maestria.
Onde estão os “especialistas” que tanto sabiam de Covid, mas que nada fazem pelo Sistema de Saúde, pois certamente tem seus planos de saúde pagos com dinheiro público, quando não terem seu próprio pagamento direto de seus orçamentos públicos como assim faz o STF e o Congresso Nacional.
Deveriam todos os servidores públicos e ocupantes de cargos públicos eleitos ou não terem somente o SUS como forma de atendimento médico, para assim dar o respeito ao Sistema que com as dificuldades que tem ainda salva milhares de vidas.
Está mais do que na hora de o governo, seja qual for demonstrar respeito à população e oferecer um Sistema de Saúde resolutivo de excelência em atendimento para nunca mais se ter casos de morte à porta de hospitais por falta de vagas.