O Ministério Público Federal no Ceará confirmou nesta quinta-feira que recebeu relatório da Polícia Federal sobre a investigação de fraudes nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o documento, as provas dos dois dias do exame, além da redação, vazaram antes do início da apuração para pelo menos dois candidatos.
Segundo o MPF, a Polícia Federal aponta que houve crime de estelionato qualificado no caso. O documento agora será anexado ao recurso do MPF que tramita na Justiça.
“Uma quadrilha organizada nacionalmente teve acesso antecipado às provas. Isso compromete a lisura do exame e a própria credibilidade da logística de segurança que vem sendo aplicada”, afirma o procurador Oscar da Costa Filho, autor da ação.
Segundo o MPF, o relatório aponta que os candidatos tiveram acesso à “frase-código” que permitiria preencher o cartão de respostas corretamente, independentemente da cor da prova aplicada.
“Tanto o gabarito quanto a frase-código foram divulgados antes do exame, o que garante a responsabilidade de afirmar que houve vazamento da prova”, diz trecho do relatório divulgado pelo MPF.
Os dois candidatos flagrados foram presos pela Polícia Federal em operações diferentes, um em Minas Gerais e outro no Maranhão. No entanto, a investigação aponta que a origem do vazamento é a mesma.
Sobre a redação, a PF apurou que os candidatos presos começaram a fazer pesquisas no Google sobre o tema da redação a partir das 9h38 do dia 6 de novembro, dia da prova, o que indica que tiveram acesso ao assunto antes do início da aplicação, às 13h30.