EDITORIAL

RECUPERAR CRÉDITO

A pandemia com a campanha do “fique em casa” e “fechem tudo” que a economia a gente vê depois agora está mostrando seus efeitos deletérios. A má condução da pandemia por falsos especialistas e por exploração política sobre esta praga. Uma doença respiratória como tanta outras que vitimou pessoas em procedimentos, em tratamento precoce e preventivo e que descuido da população com as formas de contágio. Mas o pior já passou e a pandemia aos poucos se vai esclarecendo o que fizeram a nível nacional e mundial. Agora o problema é retomar a normalidade depois do caos financeiro mundial e principalmente para as famílias que perderam empregos e se endividaram e ainda não conseguiram voltar ao mercado de trabalho.

O governo Bolsonaro se emprenhou para que as empresas se mantivessem abertas, mas o STF solapou a Constituição e deu aos municípios e estados a condição de condutores da pandemia, quando estes mal sabem administrar e reconhecer as dificuldades do povo. Assim várias condutas foram assumidas pelos mandatários e o que menos se viu foi buscar soluções para a economia local. Com isto milhares de famílias se endividaram com as conatas básicas como energia, água e telefonia e as empresas com relação a pagamentos fiscais. Isto fez com que a economia aos poucos fossem reduzindo a atividade e o PIB tendo um crescimento razoável pelas medidas tomadas no ano anterior, mas que agora representam o empobrecimento da população e aumento da fome com o superendividamento.

Os programas sociais foram cortados de milhares de pessoas que recebiam benefício até voltarem ao mercado de trabalho, outros tantos perderam a condição de baixa renda e foram excluídos do programa Bolsa Família e do antigo Auxílio Brasil.

Agora o governo acena com o programa Renegocia onde os bancos financiam a juros baixos as dívidas, ou as empresas credoras oferecem descontos nos débitos para que os bancos financiem a juros mais baixos. Desta forma a primeira etapa do programa era para quem tinha dívidas de até R$ 100,00 e agora passa a ser para quem dívidas maiores de até R$ 10 mil. Neste sentido o Serasa Experian vem promovendo desde o ano passado o programa de renegociação de dívidas com as empresas para a negativação do consumidor inadimplente. Excelentes resultados foram obtidos junto às empresas credoras que renegociaram os débitos pendentes com desconto e em valores menores recuperando parte dos ativos já considerados perdidos por algumas empresas.

Somente recuperar o crédito não é suficiente para uma melhora na economia, o ideal seria uma melhora na educação financeira do cidadão para que o consumo não extrapole os rendimentos. Com menos inadimplentes o crédito poderá ser novamente obtido pelo consumidor que certamente voltará a consumir e fazes a economia como um todo funcionar.

Segundo o Serasa Experian o Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro que mais recuperou dívidas acima de R$ 10 mil me 60 dias após a negativação. Dívidas estas que envolvem financiamentos de bens de maior valor, financiamento de imóveis residenciais, veículos, eletrodomésticos. Isto demonstra a vontade e do consumidor de manter seu crédito e que as dificuldades que se abateram nos últimos anos afetaram suas rendas gerando o endividamento. Desta forma muitos conseguirão manter seus bens que adquiriram em financiamentos.

É importante que as pessoas busquem soluções para suas dívidas dentro das oportunidades que estão surgindo para renegociações mais vantajosas do que a qual foi contraída. Também é importante que busquem junto a prefeituras renegociações de dívidas com impostos como o IPTU que geralmente tem multas e juros altíssimos e evitam a judicialização das mesmas. Osório tem o seu Refim que agora foi prorrogado para até o dia 20 de dezembro com pagamento da dívida de IPTU ou outros débitos sem a aplicação de multa e juros, o que dependendo do atraso por significar uma redução muito superior a 100% do imposto devido.

Recuperar o crédito evita dissabores e permite que o cidadão tenha acesso a financiamentos e a compra de outros bens, sem esquecer de que toda compra parcelada deve ser analisada para que não comprometa o orçamento do mês.