Proximidade do início do ano letivo intensifica a procura por material escolar
Faltando poucos dias para o início de mais um ano letivo no estado, os pais estão pesquisando no comércio gaúcho as condições para poder suprir a demanda de material escolar de seus filhos. Esse comportamento, de acordo com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL-RS), é sentido pelos comerciantes há algum tempo, mostrando que o preço é o fator decisivo no momento da compra de artigos como cadernos, lápis e mochilas, entre outros.
Quem aproveitou o início do ano e efetuou a compra do material dos filhos obteve uma boa economia no orçamento familiar, uma vez que as remessas mais recentes de produtos adquiridos pelos lojistas vieram com reajustes, que podem chegar até 15% na comparação com o ano de 2022. A elevação é maior em produtos importados como mochilas e estojos, por causa da variação cambial. Cadernos e outros produtos de papel também tiveram preços majorados. “O começo do ano é um período atípico, onde as famílias enfrentam obrigações tributárias como IPVA e IPTU e precisam, também, adquirir o material escolar de seus filhos. Por isso, é importante que elas observem alguns detalhes na hora de comprar os artigos escolares. Por exemplo, não há necessidade de se fazer estoque dos produtos, uma vez que muitos deles acabam tendo o preço reduzido a partir de março, a exemplo do que acontece em qualquer ramo do comércio após a alta sazonal de consumo”, ressaltou o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.
Uma dica importante para os pais das crianças em idade escolar é que busquem fazer a maior parte das compras sem a presença dos filhos, que muitas vezes não entendem as dificuldades financeiras da família e pedem por cadernos e mochilas com personagens da moda, que, geralmente, são mais caros. Um artigo sem ilustração pode custar até 75% mais barato. “Como existe a necessidade do investimento no material escolar, que é um item básico, os pais estão procurando por artigos mais econômicos e que tenham, ao mesmo tempo, maior durabilidade. Outro detalhe fundamental para eles observarem é quanto à qualidade do material, verificando se possuem a certificação obrigatória do Inmetro. Para os lojistas venderem mais, a recomendação é a oferta de descontos para pagamentos à vista, o que garante um fluxo de caixa maior nesse início de ano”, enfatizou o presidente da FCDL-RS.
Ainda que o aumento nos itens possa retrair o consumo, a necessidade de os pais adquirirem o material escolar leva os estabelecimentos que atuam nesse segmento a estimarem um crescimento nas vendas de até 20% na comparação com 2022.
PROMOÇÕES TENTAM DRIBLAR ELEVAÇÃO DOS PREÇOS
O desafio dos lojistas é driblar a elevação dos preços e atrair os consumidores para compra de material escolar. A estimativa da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) é que os valores médios dos itens tenham sofrido uma alta de aproximadamente 30% na comparação com o ano passado. “A procura pelos materiais aumenta tradicionalmente na segunda quinzena de janeiro e segue com força no início de fevereiro, dependendo da data de reinício das aulas em cada cidade ou instituição. Para o comerciante é fundamental que trabalhe com bastante organização nos estoques oferecendo preços e condições atrativas para amenizar o impacto da elevação dos preços”, afirmou o presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner.
O indicador de vendas no setor de livros, jornais, revistas e papelaria vinha caindo desde 2015 e na pandemia sofreu uma queda ainda maior. “Por isso, é relativo avaliar que houve uma retomada no ano passado, pois a curva vinha em uma descendente muito grande”, ponderou o economista da Federação Varejista do Estado, Allyson Gois.