Presídio do Litoral produz bioabsorventes

Presídio do Litoral produz bioabsorventes

O RS é pioneiro na produção de bioabsorventes com mão de obra de apenadas. A iniciativa se tornou referência nacional e está num projeto-piloto do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para ser expandido para outros Estados. Também chamados de absorventes ecológicos, eles são confeccionados com tecido tecnológico desenvolvido pela Herself, marca fundada em 2017 por estudantes de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Eles podem ser reutilizáveis e, com a lavagem adequada, duram até três anos. Além disso, os bioabsorventes contribuem para absorver a menstruação de forma segura, higiênica e confortável, além de gerar um impacto significativo na redução de lixo ambiental em longo prazo.

PRODUÇÃO EM ANDAMENTO

O Presídio Estadual Feminino de Torres (PEFT) já está realizando a confecção de protetores menstruais sustentáveis com máquinas há seis meses. Ao todo, 28 presas realizam o trabalho. Além da PEFT, a ação começou a ser realizada no Presídio Feminino de Lajeado, no final de julho. Antes disso, esse modelo já havia sido estudado em 2019, com apenadas do Presídio Feminino de Guaíba e com o Instituto Penal Feminino de Porto Alegre.

Para capacitação sobre a confecção dos produtos, as apenadas realizaram oficina com as voluntárias Raissa Kist e Victoria Castro, da empresa Herself, que também deram instruções sobre educação menstrual e responsabilidade socioambiental. Já as máquinas de costura foram adquiridas com recursos do Programa de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Produtivas Permanentes (Procap) do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

A expectativa é a criação de uma cooperativa social de mulheres dentro do sistema prisional para que os bioabsorventes, além de uso próprio, possam ser vendidos. A administradora substituta do PEFT, Juliana Einsfeld, enfatiza a importância da parceria com o (Depen), a qual possibilita angariar recursos e abastecer as atividades que qualificam as detentas por meio do trabalho prisional.

Foto: Alefer Dias