EDITORIAL

Pobre não precisa de combustível

O preço dos combustíveis sempre polêmico é prejudicial ao povo brasileiro de modo geral o que não difere do mesmo em relação ao mundo. Para os petistas reduzir impostos é um disparate, algo de louco, mas aumentar é muito importante para sustentar o esquema.

Uma comentarista de economia quando da redução de impostos pelo Governo Federal e do ICMs literalmente rasgou o verbo contra a medida, citando que quebraria os estados e municípios e consequentemente redução na qualidade e oferta de serviços públicos essenciais. Um comentário eivado de inteira falta de coerência por alguém que se considera uma “grande comentarista” que se esconde numa rede de TV a serviço do Governo petista. Agora com a elevação dos impostos e o recente aumento dos combustíveis para reequilibrar as finanças da Petrobras foi elogiada. Para quem se diz entender de economia esquece do básico que é uma lei não existente como as outras, mas que funciona de fato que a Lei da Oferta e da Procura ou como alguns preferem dizer a Lei da Demanda. Isto quer dizer que se há muita oferta do produto a concorrência natural a faz cair o preço e o contrário também ocorre. Isto a população conhece por viver no cotidiano na compra de alimentos onde pode ocorrer pela sazonalidade das safras ou por perdas grandes nas safras. Mas encarecer por aplicar mais impostos e tentar revogar este importante conceito pode ser enfático dizer que é uma burrice.

Quando se interfere nos preços chamados controlados (energia elétrica, combustíveis, gás e telefonia, agora nem tanto devido às privatizações) se está automaticamente encarecendo a vida da população, independente da classe social. A grande diferença é que o pobre e a classe média irão sentir mais o peso dos elevados custos, do que a classe mais abastada. Rico não usa transporte público, mas o povo trabalhador sim, e muito. A “mordomia” do pobre de contratar um carro de aplicativo ou de pedir um lanche por tele entrega certamente aumenta o seu valor.

O aumento dos combustíveis imediatamente será refletido nas compras dos supermercados, no transporte público, nos serviços e pressiona a inflação. Mas o ocupante do cargo da presidência não está preocupado com variação do dólar, oscilações na Bolsa de Valores ou muito menos no preço do barril de petróleo, pois para que se preocupar se a patuleia que o elegeu está se beneficiando dos recursos públicos sejam através de cabides de emprego em estatais e no próprio governo com o aumento de Ministérios ou nas empresas amigas que prestam serviços a União como bem esclareceu a Lava Jato como funciona o esquema.

O aumento dos combustíveis foi uma joga a la Dilma II, quando para se reeleger segurou os preços controlados e até havia realizado uma queda brutal dos juros do cheque especial de modo artificial. Logo após a eleição o preço da energia elétrica mais que dobrou em poucos meses, não resistindo a pressão das distribuidoras e geradoras de energia pelo achatamento do preço. Os bancos logo voltaram ávidos pelos juros escorchantes do cheque especial, tanto que está tabelado em 8% no máximo (geralmente para os assalariados, quando estes ainda conseguem cheque especial) e para os afortunados de acordo com a gorda conta bancária e movimentação de conta conseguem taxas bem mais aprazíveis. O mesmo ocorreu com os combustíveis e demais preços controlados. Foi a farra dos aumentos que acabou levando o país a uma recessão, quebra e endividamento das empresas. Tanto foi a desgraça proporcionada que nem Michel Temer o vice pode deixar passar em branco e ver seu nome sendo derretido como vice e assim surgiu o impeachment da dislexa, queridinha de Renan Calheiros e Levandowski e acoitada pela bancada petista para que não lhe tirassem os privilégios de ex-presidentA, bem como seus direitos políticos. Mas não teve o mínimo de sensibilidade com o  povo que a mesma no jargão popular simplesmente, “ferrou”.

Agora não muito diferente, mas pior, o atual presidente pouco está a se importar novamente com a população que em sua narrativa defende. Sim, narrativa. Pois se realmente se importasse com os pobres deveria buscar diminuir o custo de vida destes, em vez de distribuir migalhas, incentivar o empreendedorismo em vez de milhares de reais para artistas falidos ou de realimentar a máquina da desinformação e alienação, a tal Rede Globo, cujos jornalistas são como focas amestradas a “baterem palmas” para o que quer que o domador apresente.

O atual mandatário que tanto briga com o Banco Central sobre os juros altos que controlam a inflação, quer transferir para os cofres do tesouro a diferença de juros pagos ao dinheiro para os cofres da União e ceder graciosamente para países ditadores que apoia e que parte está ligados ao narcotráfico. Assim esperou haver a primeira queda dos juros, para então poder cobrir a defasagem dos preços dos combustíveis que vinha o governo segurando para sinalizar queda da inflação. Criou artificialmente uma situação para dar a entender que a inflação estava contida. Mas como dizem os eleitores do “amor” pobre não precisa de combustível.