Perspectivas econômicas e os investimentos para Sesc e Senac em 2023 são destaque em coletiva da Fecomércio
Um 2023 de avanços e boas notícias é o que vislumbrou o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, durante a coletiva de imprensa de final de ano da entidade nesta quinta-feira, dia 1º de dezembro. Depois de uma forte recessão econômica em função da pandemia, o ano de 2022 encerra com crescimento da atividade econômica e do emprego; e marca o início do controle da inflação. Segundo o presidente da Federação, esse foi um movimento da tão esperada “retomada econômica pós-pandemia”.
“Temos um cenário de melhora na economia, de atividade econômica crescente e inflação caindo. No entanto, teremos um ano de desafios, impostos tanto pelo cenário internacional, quanto pelas decisões de política econômica do novo Governo Federal, cujas sinalizações, confesso, nos causam alguma apreensão”, disse Bohn. O presidente ainda afirmou que a Fecomércio-RS seguirá trabalhando por uma agenda de progresso econômico, pautada pelas bandeiras de liberdade econômica, fortalecimento do setor privado e aumento da produtividade, além da redução da carga tributária e da responsabilidade com o dinheiro público.
2022 de entregas e importantes resultados
Após o fechamento de boa parte das portas do setor de bens, serviços e turismo como uma das medidas para desacelerar a transmissão do coronavírus, o ano de 2022 foi bem diferente. Comércio aberto, eventos presenciais acontecendo novamente, novos postos de trabalho sendo gerados e importantes conquistas no Executivo e Legislativo fizeram parte do ano que finda no próximo dia 31. Em relação aos setores de comércio e serviços, a projeção econômica para 2023 é positiva, visando um crescimento acima das demais áreas da economia brasileira.
Em 2022, a Fecomércio-RS voltou a realizar 100% das suas atividades no formato presencial com a retomada de dois importantes eventos como o Giro Pelo Rio Grande e os Encontros Regionais, com o objetivo de estar mais próxima da comunidade gaúcha. As pautas em prol do comércio local foram outro ponto forte da atuação da entidade. Reforma Tributária, atualizações do Simples Nacional, questões trabalhistas, além de todas as políticas públicas que impactam o setor foram alguns exemplos de maior repercussão no âmbito nacional.
Aqui no Estado, também aconteceram importantes conquistas, como a liberação de Licenciamento de Bombeiros para atividades de baixo risco e a Substituição Tributária para o ICMS, com destaque para a aprovação do Regime Optativo na Assembleia Legislativa no primeiro semestre. “Não podemos deixar de mencionar nossa Agenda Institucional, que pautou nossa atuação durante as Eleições estaduais com os candidatos ao Governo e foi disseminada por todos os nossos sindicatos pelo Estado no contato com os candidatos à Assembleia Legislativa”, relembrou Bohn. Outra importante entrega foi a Representa +, plataforma digital colaborativa que permite a participação ativa dos empresários que podem consultar, registrar a opinião e atribuir grau de prioridade para a atuação da Fecomércio-RS nos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e Assembleia Legislativa.
Também foi neste ano que a Fecomércio-RS inaugurou a nova sede do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, intitulada a Casa do Comércio Gaúcho. O espaço, localizado no bairro Anchieta, em Porto Alegre, possui 37 mil metros quadrados e recebeu um investimento de R$ 223.135.729,00. Na sede, o Lab Fecomércio-RS abriu suas portas em maio; um hub de inovação da entidade que conta com infraestrutura de apoio à digitalização de micro e pequenos negócios com foco em soluções inovadoras para o comércio gaúcho. “Reunimos, em um mesmo espaço, startups e empresas de diferentes portes com o mesmo propósito: levar inovação ao comércio de bens, serviços e turismo do Rio Grande do Sul. Por aqui já passaram mais de 20 startups recebendo consultorias individuais dos nossos mentores”, comemorou o presidente.
Investimentos do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac para 2023
Como uma instituição com quase oito décadas de atuação, o Sistema Fecomércio-RS pensa constantemente na atualização de suas entregas, espaços e serviços. Somente em 2022, foram mais de R$ 42 milhões investidos em obras e reformas para a modernização das unidades e escolas de Sesc e Senac por todo o Estado. Para 2023, o presidente Luiz Carlos Bohn projeta mais de R$ 120 milhões aportados para melhorias nas Unidades Sesc e Senac RS.
Dentre as ações pensadas para o Senac, está o aumento gradativo de turmas e de vagas, principalmente no Ensino Médio, além de novos laboratórios modernos e adequados com as demandas do mercado de trabalho nas áreas de informática e enfermagem. O investimento também contempla a modernização do parque de máquinas das escolas do Senac em todo o RS.
Além disso, a entidade tem projeto de implantação de um Complexo de Educação de Ensino Infantil e Fundamental Sesc e Ensino Médio Senac nas dependências do Sesc Protásio Alves. “Concedemos grande destaque a esse projeto, pois sabemos que a educação básica é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento econômico e onde os investimentos apresentam grandes retornos sociais, ultrapassando os ganhos individuais e justificando nosso papel nessa área”, enfatizou Bohn.
Para 2023 o Sesc investirá ainda R$ 11 milhões a mais que em 2022 no aumento de vagas e em melhorias nas áreas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação à Distância para Jovens e Adultos (EaD EJA). “Esse investimento é o retorno do Sistema S para a comunidade gaúcha, que entrega serviços de excelência para o desenvolvimento da sociedade”, festejou Bohn.
Atividade econômica, emprego, equilíbrio fiscal e inflação
Como tradicionalmente acontece, o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, falou sobre o cenário econômico, com foco em questões como atividade econômica, emprego, inflação e juros. Segundo o consultor, o PIB brasileiro teve nove meses de crescimento acelerado, generalizado entre os setores da economia. Mesmo com a pandemia, o economista prevê que o PIB deve crescer mais nos quatro anos de governo Bolsonaro do que nos dois anos de governo Temer e seis anos de governo Dilma. O crescimento esperado do PIB para 2022 é de cerca de 2,8%. “Este ano, no considerado pós-pandemia, o Brasil conseguiu recuperar o pico de PIB observado pela última vez em 2014”, salienta. A projeção do economista é que em 2023 o PIB brasileiro deve crescer 1,3%.
O desempenho do emprego foi surpreendente no ano de 2022 tendo o Brasil registrado a menor taxa de desemprego desde o final de 2015. O número de desocupados caiu de 15,189 milhões, no pior momento da crise, para 9,022 milhões em setembro de 2022, o que resultou em uma redução de 5,8 milhões de desempregados. “O país está gerando um grande número de postos de trabalho, mais de um emprego para cada unidade do PIB, atingindo 2,3 milhões nos últimos 12 meses até setembro”, afirmou Portugal.
Apesar da melhora no cenário do emprego, o nível de endividamento das famílias ainda é preocupante, mesmo com uma queda registrada nos últimos meses. Até setembro de 2022, a taxa era de 36,8% com contas em atraso no Rio Grande do Sul. Na avaliação do economista, pagar as contas em atraso tira recursos do consumo presente, mas habilita o crédito mais à frente. Ele lembra que, para aprovação de crédito na maioria dos serviços, é preciso ter o nome limpo.
Destacada como um fenômeno global pelo economista, a inflação brasileira está abaixo da observada nos EUA e na Europa. No Brasil e nos EUA ela já mostra uma reversão na tendência de elevação, antecipada pela redução de tributos no caso brasileiro. Mas, na Europa, a inflação continua pressionando para cima, especialmente por conta das especificidades dos preços de energia. Na previsão para 2023, Portugal diz que a inflação deve ser resistente a cair na direção da meta de 3,25%. “O Brasil está melhor do que em outros países, como Estados Unidos e alguns da Europa, algo que eu, como economista, não tinha visto até hoje”, pondera Portugal. O mais provável, segundo ele, é que ela fique na casa dos 5%. O economista lembra que, com inflação acima da meta e desequilíbrio fiscal, o Brasil deve ter juros reais elevados por mais tempo.
Desafios e perspectivas econômicas para 2023
O desafio principal para 2023 pincelado pelo economista Marcelo Portugal está no ajuste das contas públicas sem elevação da carga tributária. As despesas nas rubricas do Auxílio Brasil, elevação do salário mínimo, reajuste para servidores do executivo da União, além da perda de receita nas correções da tabela do Imposto de Renda, na isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil, na desoneração dos combustíveis e do IPI podem bater os R$ 282,5 bilhões. “Em relação ao petróleo, estamos virando uma Venezuela”, pontuou ele.
No entanto, o economista lembrou da imprevisibilidade que paira sobre o novo Governo Federal que assumirá em 1º de janeiro de 2023. “Estamos discutindo política fiscal sem saber quem será o Ministro da Fazenda. O tamanho do furo no teto vai indicar o compromisso com a responsabilidade fiscal do novo governo. Se a PEC de Transição apenas retirasse o Auxílio Brasil do Teto seria melhor, pois limitaria o furo. Uma política fiscal irresponsável pode levar a mais inflação e maior endividamento público, com consequências negativas no futuro”, afirmou.
O economista acredita que a atividade econômica continuará a ser influenciada positivamente pelas reformas feitas entre 2017 e 2022. No entanto, os juros elevados que a inflação acima da meta pode trazer tendem a travar a expansão econômica. De acordo com Portugal, a transição de governo que está sendo feita por um grupo, considerado pelo economista como heterogêneo, ainda não deixa claro quem será a “equipe econômica” que deve assumir nos próximos quatro anos, o que dificulta algumas previsões. “O teto de gastos, já furado duas vezes por Bolsonaro (em 2021, para acomodar os precatórios, e em 2022, para elevar o Auxílio Brasil e fazer outros gastos), mas que, em minha análise, não passa dos R$ 120 bilhões, diferentemente do divulgado pela mídia de cerca de R$ 800 bilhões, será furado mais uma vez pela PEC da Transição? Bolsonaro será o primeiro presidente na história do Brasil a entregar o gasto público, em proporção com o PIB, menor do que seu antecessor”, pontuou o economista.
Em relação a 2023, Portugal prevê que o PIB mundial deve crescer abaixo da meta. A tendência também será observada no Brasil, especialmente por conta de uma chance real de recessão sincronizada entre as maiores economias, que são Estados Unidos, China e Europa. Na visão de Portugal, o aumento da intervenção do Estado deve impactar diretamente a economia do Brasil, cujas previsões mais acertadas dependem das engrenagens que vão compor esse novo sistema de governo.
SESC-RS – O propósito de cuidar, emocionar e fazer pessoas felizes fez parte de todas as ações do Serviço Social do Comércio em 2022. O ano foi marcado pelo retorno de grandes eventos presenciais, como o Dia do Desafio, Circuito de Corridas e a Convenção da Maturidade Ativa, além de muitas outras atividades realizadas nas Unidades Operacionais espalhadas por todo o Estado.
Além disso, são milhões de atendimentos ao ano em saúde, educação, cultura, esporte, assistência, lazer e turismo. Já em atividades do Programa de Comprometimento e Gratuidade, o Sesc/RS fez mais de 53.897 atendimentos em 2022 até novembro, em áreas como educação, cultura, esporte e lazer. Também é expressivo o número de doações realizadas por meio do Programa Mesa Brasil Sesc – até outubro deste ano, as sete regiões do Rio Grande do Sul arrecadaram mais de R$ 10,5 milhões em alimentos que foram destinados a instituições sociais cadastradas.