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Operação no Litoral termina com seis prisões

A Brigada Militar (BM) e o Ministério Público (MP) deflagraram na manhã de terça-feira (7), a segunda fase da Operação Retomada, que visa combater o tráfico de entorpecentes e outros delitos associados praticados por um grupo criminoso em um residencial de Santo Antônio da Patrulha (SAP), conhecido como Carandiru.

Foram cumpridos 22 mandados, sendo três de prisão (todos em SAP) e 19 de busca e apreensão. Desses, 15 foram cumpridos em Santo Antônio, sendo que 10 foram no residencial e os demais em outros endereços. Além disso, também foram cumpridos dois mandados em Caraá e outros dois na Penitenciária Modulada Estadual de Osório (PMEO).

Ao todo, seis pessoas foram presas, sendo duas por cumprimento de mandado e outras quatro em flagrante pelo crime de tráfico de drogas. Só na PMEO, os policiais apreenderam cadernos com anotações do tráfico e celulares. Já em Caraá, foram apreendidas armas e munições. Ao todo, foram apreendidas mais de 500 porções de entorpecentes, como maconha, crack e cocaína, além de duas espingardas calibre 36 milímetros, 10 munições, 28 celulares, entre outros objetos.

A Operação foi liderada pelos comandantes do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral Norte (CRPO Litoral), o coronel Sergio Gonçalves dos Santos, e do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o major Luiz Cesar Lima dos Santos, contando com a participação dos promotores de Justiça Camilo Vargas Santana e João Afonso Silva Beltrame. Ao todo, participaram das ações 149 agentes, sendo utilizadas 47 viaturas, o helicóptero do Batalhão de Aviação da BM (BavBM), além de uma ambulância do Departamento de Saúde.

OPERAÇÃO RETOMADA

Em cinco de agosto de 2022, a BM e o MP realizaram a Operação Retomada foi realizada no Condomínio Santo Antônio da Patrulha para o combate ao tráfico de drogas no local, crime praticado por um grupo criminoso originário de Canoas, na região Metropolitana. Segundo a Polícia, além de armazenar drogas em apartamentos próprios e alugados, o grupo também obrigava moradores, mediante ameaça, a guardarem os entorpecentes, havendo inclusive casos de pessoas que precisaram abandonar seus apartamentos.

A investigação verificou que a facção, comandada por dois irmãos recolhidos na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, trazia a droga de Canoas e a estocava em residências próximas e em apartamentos dentro do residencial. O grupo adquiriu ou alugou cerca de 20 apartamentos, os quais eram utilizados para moradia, fracionamento e armazenamento de drogas. A venda dos entorpecentes ocorria em frente ao condomínio, à luz do dia, e os moradores que não colaborassem com essa prática eram obrigados a deixar o local. Além disso, perpetuava a lei do silêncio, pois os moradores não se sentiam seguros em denunciar os envolvidos com o tráfico de drogas no local, por medo de represálias. Na ocasião, 20 pessoas foram presas, sendo apreendidas armas, munições e drogas.

SEGUNDA FASE

A Operação Retomada 2, realizada na manhã de terça (7), deu continuidade na ofensiva da Brigada Militar e Ministério Público para promover segurança a inúmeras famílias que habitam no condomínio, com 240 apartamentos, e que antes dessas ações integradas viveram momentos de intranquilidade pelos delitos identificados na área, sendo que muitos moradores chegaram a mudar de residência. Vale ressaltar que, após as primeiras ações, ainda no ano passado, a BM manteve policiamento na área. Além disso, câmeras de videomonitoramento foram instaladas no condomínio com recursos oriundos do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro). Conforme o MP, mesmo com isso, a quadrilha seguia agindo, sendo necessária uma nova Operação. É válido ressaltar que não estão descartadas novas ações. A Polícia Civil segue investigando o caso.

Criminosos utilizavam residencial em Santo Antônio da Patrulha para praticar os crimes. – FOTO: MP