Operação Imperatore bloqueia R$ 17 milhões em bens de grupo suspeito de lavar dinheiro de jogos de azar
A Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio das Polícias Civis do Rio de Janeiro e São Paulo, deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a Operação Imperatore. O objetivo das ações atacar as finanças de uma organização criminosa suspeita de lavar dinheiro de jogos de azar a partir do RS. Segundo a PC, o grupo teria montado pelo menos seis empresas.
De acordo com o delegado Marcus Viafore, a Operação é resultado de um ano e quatro meses de investigação, originária de informações que foram encaminhadas pelo Ministério Público do Estado (MP-RS). Conforme a investigação há suspeita da existência de um complexo esquema de reciclagem de capitais oriundos do jogo ilegal, liderado por um suspeito que atua há, pelo menos, duas décadas na prática contravencional. Viafore afirmou que a investigação atual apura a criação de seis empresas.
Depois de comprovar intensa atividade envolvendo jogo do bicho, caça-níqueis, entre outros, o Deic verificou que o líder da organização criminosa criou uma empresa em nome de familiares. Viafore diz que esta ação teria sido o primeiro passo para tentar dificultar o que a polícia entende, durante as investigações, como seguir o rastro do dinheiro. Outras cinco empresas, dos mais variados ramos, também foram abertas. Em um dos locais investigados, no bairro Santa Maria Gorette, Zona Norte da capital, os policiais apreenderam vários documentos durante as buscas.
Há indícios de que o investigado consta como dono de mais uma empresa e sócio de outra, além de ser apurada a participação indireta dele em mais três: uma em São Paulo, duas no Rio e o restante no Rio Grande do Sul. O objetivo seria o mesmo em todas: lavar o dinheiro dos jogos de azar.
OPERAÇÃO
Ao todo, 50 agentes cumpriram 95 ordens judiciais, com bloqueios de bens como 24 veículos, vários de luxo, nove imóveis localizados em Porto Alegre, Xangri-lá e na Barra da Tijuca, no Rio, e ainda contas bancárias de 33 investigados. O valor dos bens soma R$ 17 milhões. Também foram apreendidos celulares, tablets, notebooks, matrículas de imóveis, extratos bancários, recibos, entre outros documentos. Até o momento ninguém foi preso. O nome do suspeito e das empresas não foram divulgados. Vale ressaltar que os pedidos de prisões dos envolvidos no esquema ilícito foram indeferidos pela Justiça.
Foto: PC