EDITORIAL

O ESPETÁCULO DO AGRO

Esta sexta-feira representa o início da grande festa que é a Expointer em Esteio e que se estenderá até o dia 3 de setembro. O evento é um ícone na demonstração das potencialidades e do vigor que é o setor do Agro que tem sido o forte elemento de sustentação do PIB brasileiro.

O Brasil acumula índices de produção que invejam grande nações consumidoras e produtoras. O país é o maior produtor de soja, algodão, milho, carne bovina, aves, e suínos do mundo. É o maior exportador em todos estes produtos que se inclui ainda na lista o café. Milhões de toneladas de grãos percorrem as estradas e vias férreas em direção aos portos brasileiros de Santos, Rio Grande, Itajaí, Belém e outros na costa marítima, isto sem falar nas hidrovias do centro do país. Nossas exportações alimentam o mundo e mesmo com tudo isto o setor é atacado frequentemente com cortes e até mesmo pelo atual governo que inclusive citou que o “agro é fascista” quando o mesmo nem faz ideia do que seja fascismo.

O Brasil desenvolveu ao longo de décadas uma agricultura sustentável e produtiva grande parte devido às pesquisas de agrônomos da Embrapa onde o Engº. Agrº. Alisson Paulinelli foi o visionário da exploração agrícola no Cerrado brasileiro e também, quando ministro da agricultura criou a Embrapa para adaptar sementes ao clima do Cerrado.

Além de qualidade de sementes a indústria do agronegócio cresceu fortemente impulsionada pela pujança da agricultura e boa parte disso se deve a algumas indústrias gaúchas no setor metalmecânico que desenvolveram máquinas e equipamentos que não só aumentassem a capacidade de plantio e colheita, mas também de armazenagem. Nos anos 70, 80 e 90 o Brasil era visto como um potencial produtor de alimentos para o mundo, mas faltava tecnologia, novas áreas produtivas e incentivo à produção. Isto levou o setor a buscar informações e a desenvolver tecnologias adaptadas ao nosso clima, tanto do Sul, quando do cerrado e que agora se estende para o Nordeste.

Esta necessidade de reunir produtores e empresários do setor do agronegócio em busca de produtividade é que levou a criação da Expointer – Exposição Internacional do Agronegócio, em 1977. Um marco que fez unir o produtor e dar conhecimento das tecnologias disponíveis no mercado para aumento da produção e produtividade, além de minimizar perdas no processo do preparo do solo até o transporte para os portos e a indústria. A soja que naquele tempo começava a ser introduzida nas lavouras ganhando o espaço do trigo e do milho e até de lavouras de arroz logo teve uma explosão de consumo e a descoberta das múltiplas utilizações do produto, principalmente para a alimentação mais proteica para animais e para a produção de óleo de soja. Aliás a produção de óleo de soja foi tendo o gosto das donas de casa que deixaram de consumir a banha suína, a nata, manteiga dando lugar às conhecidas “margarinas” e as latas de óleo de soja para frituras e uso geral na alimentação.

A grande produção de soja que iniciou no RS foi ganhando espaço nos três estados do Sul e o alto valor comercial em relação a outros produtos de lavouras, como o trigo (havia muita perda de safra em razão do clima e até mesmo de sementes adaptadas, foi ganhando a confiança do produtor. Logo no início dos anos 80 centenas de gaúchos subiram ao centro oeste estimulados pelo Governo Federal para dar início aos cultivos nas áreas do Cerrado. Com isto a Expointer foi ganhando cada vez mais força e importância neste cenário e o parque de exposições que era no Bairro Menino Deus foi para Esteio para que comportasse a pujança que o Agro vinha revelando ao país e ao mundo.

Hoje ao inicia a 46ª EXPOINTER quem lá estiver verá que o parque é uma grande cidade voltada para a produção rural e do que há de melhor em tecnologia no Brasil e no mundo para o setor, além de todas as inovações tecnológicas de máquinas e equipamentos, bem como da informatização cada vez mais presente na gestão das empresas produtora de grãos.

O Agro por si só já promove uma grande festa, mas que o público presente para mostrar de onde vem o sabor e qualidade do que nos é servido à mesa. Que a pujança desta edição novamente seja uma grande demonstração do rumo certo que o agro designou ao país e que gera riqueza e sustento para todos.