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Município da região sofre desvio de dinheiro

O município de Dom Pedro de Alcântara teve desviados aproximadamente oito milhões de reais, cerca de metade do seu orçamento anual, previsto em 2021 no valor de R$ 18 milhões. O principal suspeito de ter cometido o crime é Simão Justo dos Santos, de 38 anos. Ele trabalhava como tesoureiro da prefeitura e é acusado de ter desviado dinheiro para a própria conta para cobrir dívidas pessoais realizadas em aplicações no mercado de ações. Indiciado pelo crime de peculato, Simão chegou a ser preso preventivamente no final de fevereiro desse ano. Porém, acabou sendo solto e hoje responde as acusações em liberdade.

Apurações preliminares da prefeitura de Dom Pedro de Alcântara indicam que a maior parte dos desvios ocorreu nas áreas da saúde, educação e fundo de previdência dos funcionários do município. Após avisos do banco, o Executivo municipal encontrou nos extratos das contas transferências de até R$ 50 mil de Simão para sua conta pessoal. “Sumiram até os R$ 150 mil destinados pelo Governo Federal para concluir as obras de uma creche. Os 196 alunos de escolas municipais, que retomam as aulas no dia 10, poderão ficar sem merenda e transporte. Pelo menos quatro professores deixarão de ser contratados”, declarou o prefeito de Dom Pedro, Alexandre Model Evaldt.

Procurados, nem o réu, muito menos o seu advogado, o criminalista Vitor Giazzelli Peruchin, não quiseram se manifestar, visto que o inquérito tramita em segredo de Justiça. Segundo a polícia, durante as investigações, Simão chegou a relatar durante depoimento, que teria investido em um mecanismo, conhecido como ‘stop loss’, mas perdeu o dinheiro. De acordo com a chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor, o dinheiro desviado da prefeitura seria para recuperar o valor perdido inicialmente perdido e, posteriormente, seria devolvido, quando ele ganhasse novamente. Porém, o acusado acabou apenas perdendo mais dinheiro, o que iniciou uma bola de neve sem fim.

Caso seja condenado por peculato, Simão pode pegar de dois a 12 anos de prisão. Vale ressaltar que o Ministério Público (MP) pediu mais investigações sobre o caso e aguarda o resultado delas para avaliar se oferece denúncia.

Foto: Divulgação