EDITORIAL

Mulher seria relativo?

O dia 8 de março representa o grito de liberdade da mulher por seus direitos a igualdade por condições de trabalho e salário aos dos homens. Surgiu a partir de um dia trágico para mulheres trabalhadoras mortas em um incêndio de uma fábrica nos Estados Unidos, mas há quem diga que tenha sido o movimento de mulheres russas pressionando par o fim da 1ª Guerra Mundial, numa versão mais a esquerda. Mesmo assim, este dia representa um marco para as mulheres ganharem direitos iguais aos homens e de maior participação na sociedade e a obterem respeito.

A condição de serem exploradas no mercado de trabalho e a condições degradantes em atividades profissionais com salários menores forma sendo superadas ao longo dos anos. A mulher perdeu um pouco da sua fragilidade e partir para viver ativamente na sociedade e assumindo responsabilidades tanto quando os homens. Empresárias urbanas ou rurais, na política, o poder do voto, a garantia a serviços de saúde especializados, a proteção à maternidade e aos seus direitos civis tornaram a mulher atual no que hoje comungam como “empoderadas” quando na realidade passaram a serem vistas como cidadãs de plenos direitos.

As mulheres se destacam principalmente nas atividades de educação, enfermagem, nutrição e nas atividades domésticas e de serviços de limpeza. Nas últimas décadas começaram a aumentar a participação em forças de segurança, na política, em formação acadêmica e escolar completa e aumentaram a participação nas mais diferentes profissões incluindo o predominante mercado de mão-de-obra masculina do setor de construção civil.

Ao mesmo tempo em que as mulheres foram conquistando espaço no mercado de trabalho e nas relações sociais e políticas, foram de certa forma levando a uma participação maior dos homens nas atividades rotineiras domésticas e nos cuidados com os filhos. Desta forma, passando os homens a compreender que a mulher tem capacidade e conhecimento para atividades que exigem cada vez mais conhecimento e habilidades dos quais estudam e se dedicam ao conhecimento enquanto os homens já não são buscam qualificação, da mesma forma como não são afeitos aos cuidados com a própria saúde.

A evolução da mulher no mercado de trabalho também exigiu com que a sociedade como um todo passasse a respeitar as profissionais e empreendedoras e que instintivamente também são mães e esposas e com uma jornada diária exaustiva. Isto também passou a trazer consequências para a saúde da mulher como o estresse, fadiga e em muitos casos ser a provedora da família diante do desemprego elevado a que o Brasil atingiu.

Infelizmente nem tudo é favorável nesta evolução e o que se vê que a responsabilidade da maternidade aos poucos está sendo minada por esta carga excessiva de trabalho e ainda mais com os ataques constantes a cultura antiaborto. O governo federal está para conceber a autorização da realização do aborto mesmo que seja aos nove meses de gestação, o que seria um crime diante do que a criança já é um ser humano devidamente perfeito, mas incapaz e que deveria ser protegido. O aborto no país somente era possível por ordem judicial para casos de abuso sexual ou de comprovada morte encefálica. Uma liberalidade que chega a ser irracional, pois enquanto se busca o controle da violência contra a mulher passa o governo a liberar pela violência ao bebê em gestação, como se o mesmo fosse menos do que um animal (se fosse um animal seriam maus tratos).

A mulher tem de estar protegida contra a violência, mas não ser liberada para que seja cometida a violência contra o ser que está em formação no seu ventre. Se a criança é indesejada, pode a mesma, ser levada a doação, pois milhares de casais buscam métodos caros para terem um filho adotivo ou gerado por uma mãe solidária.

O assunto do aborto não cabe somente às mulheres decidirem, mesmo que diga respeito ao seu corpo, mas a geração de uma criança não ocorre somente por uma das partes e ambas devem decidir de forma que o que vieram a fazer tenha o melhor resultado considerando ser uma nova vida que está por vir.

Incrível e o doloroso é ver que no mundo ainda há guerras, como a gerada pelo terrorismo do Hamas de considerar que o povo inimigo deva ser castigado e promover o estupro coletivo de mulheres israelenses que é tão pernicioso quanto as meninas da ilha de Marajó que são estupradas e mortas no pior caminho da prostituição infantil. Infelizmente o país está preocupado com uma baleia assanhada por um ex-presidente do que por menores que sofrem com o tráfico e abuso sexual em verdadeiros infernos no norte do país e em muitas comunidades pobres do nordeste com o turismo sexual. Mas para o atual governo isto tudo é relativo tanto quando a nossa Democracia.