As reclamações sobre a invasão de terrenos localizados na parte de trás da praia de Mariápolis já ocorre há mais de 10 anos. No início foram 37 casas quando foi realizado o primeiro levantamento e hoje já ultrapassa de 500 casas segundo os moradores.
Na manhã de terça-feira vários moradores da área invadida em Mariápolis estiveram diante da Prefeitura de Osório para audiência com o prefeito Eduardo Abraão para mediar o conflito. A ação de reintegração de posse, segundo os moradores, foi impetrada em 2011 e depois de ampla batalha judicial e defensoria pública comunicou que saiu a decisão proferida pela reintegração de posse. Diante disto, sabem os moradores que a qualquer momento serão notificados pelo Oficial de Justiça e dado prazo para saírem do local, que informaram ser de 90 dias. Alegam os moradores que o local era um lixão e que as famílias foram se instalando e melhorando o local, inclusive abrindo ruas. Dizem os mesmo que a energia elétrica é obtida por intermédio dos “gatos” na rede e a água de poço artesiano. “Ninguém nos dá estrutura, tivemos de nos arrumar e organizar aos poucos, agora poderemos perder tudo e não temos para onde ir”, alega as coordenadoras do movimento Edvirges Farias; Michele Pagel Pereira e Caroline Samara.
Os advogados da empresa Guerra Participações obtiveram a sentença de reintegração no dia 24 de setembro último e estão com o processo em carga para solicitar a execução da sentença.
Os moradores que agora são em torno de 500 casas querem que o acordo antes acertado de aquisição de uma parte da área e de reintegração de outra parte possa ser feito, pois assim as famílias se redistribuem na área que querem adquirir. A ação de reintegração é iminente e o problema social será ainda maior e buscam uma solução junto a Prefeitura de Osório. Os moradores da Mariápolis querem uma solução, pois em meio a todos há pessoas mal intencionadas e que trazem insegurança para a praia com aumento de arrombamentos e furtos nas residências.
O prefeito Abraão recebeu uma comitiva por volta do meio dia e conversou que nada pode fazer diante de uma decisão judicial, mas poderia verificar com a proprietária, com a loteadora e contar com a prefeitura de Xangri-lá para encontrar uma solução para a realocação ou permanência das famílias. O prefeito compreendeu a situação, mas a cidade tem o programa habitacional que tem regras rígidas e pessoas que aguardam cadastradas para serem inseridas no programa, não podendo abrir exceções. Sugeriu que independente de tudo façam inscrição, pois há casos que se enquadram nos quesitos para cadastro, mas igualmente deverão aguardar na fila dos interessados que já é extensa.
A comitiva saiu satisfeita com a audiência e esperam que haja um acordo e que possam adquirir uma parte da área para que todos possam permanecer morando no local.