Mercado dos Estados Unidos depende das indústrias gaúchas

Uma pesquisa realizada pela Unidade de Estudos Econômicos e pela Gerência de Relações Internacionais e Comércio Exterior do Sistema Fiergs apontou que produtos de metal é o segmento da indústria gaúcha com maior dependência dos Estados Unidos (EUA) em vendas externas. Em 2024, 46% dos embarques dessas fábricas tiveram o mercado norte-americano como destino. Em segundo lugar, aparecem minerais não metálicos, com 44,4%. Em seguida, estão máquinas e materiais elétricos (42,5%) e madeira (30,1%). No geral, os EUA receberam 11,2% das exportações da indústria da transformação do RS no ano passado.

Após o anúncio do presidente estadunidense, Donald Trump, de tarifas de importação de 50% para produtos brasileiros, o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Claudio Bier, resolveu se pronunciar. Para Bier, a solução para esse impasse deve passar por negociação e mediação, evitando prejuízos maiores para as economias envolvidas.

Os segmentos de máquinas e materiais elétricos e madeira do Rio Grande do Sul também têm alta sensibilidade às medidas. Couro e calçados – com elevado emprego de mão de obra –, móveis e veículos automotores também têm peso significativo de vendas para os EUA. Já a indústria de alimentos, líder nas exportações do Rio Grande do Sul, apresenta menor dependência do mercado norte-americano.

Dentro do segmento de produtos de metal, armas e munições têm 85,9% da produção exportada para os Estados Unidos. Em máquinas e materiais elétricos, a linha de transformadores e indutores registra que 79,3% de sua produção para o mercado externo é vendida para os EUA.

Em 2024, atividades industriais gaúchas mais dependentes das exportações para os EUA geraram receita de US$ 1,2 bilhão e sustentaram 145,4 mil empregos, o que corresponde a 21,2% do total de postos da indústria de transformação no estado.