GERAL

Litoral segue sofrendo com roubos de cabos de energia

O furto de cabos de energia tem sido grande problema para as autoridades em todo o Estado este ano. Além do prejuízo causado às empresas e ao poder público, o crime interrompe o abastecimento de energia, diminui a qualidade do serviço prestado à população e põe vidas em risco.  O levantamento realizado pela CEEE Grupo Equatorial, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do RS (SSP), apontam aumento das ocorrências no Litoral Norte, em comparação com igual período de 2021.

Nos primeiros sete meses deste ano, a CEEE registrou mil ocorrências de furtos de cabos no Litoral Norte, o que representa aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram 775 registros. O recorde registrado entre janeiro e julho foi em 2019, quando foram registrados 1.290 casos de roubos de fios de energia em municípios da região.

Os dados da empresa apontam que mais de 345 mil pessoas já foram prejudicadas pela falta de abastecimento de energia devido aos delitos na região. Ao todo, cerca de 82 quilômetros de cabos foram furtados entre janeiro e julho deste ano, totalizando 30,5 toneladas, ocasionando um prejuízo de cerca de R$ 1,9 milhão e prejudicando 345 mil clientes. Os principais atingidos são Capão das Canoa e Tramandaí. Mas há registro em quase todos os 23, incluindo Osório.

Somadas, as cidades de Tramandaí, Capão da Canoa, Balneário Pinhal, Tavares e Mostardas tiveram, apenas em dezembro de 2021, cerca de cinco quilômetros de cabos de alumínios furtados. Já Osório e Arroio do Sal são as com mais ocorrências na região. Elas têm impactos de até 60% na Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e na Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC). Vale ressaltar que, a Polícia realizou uma Operação na região, em abril deste ano, onde apreendeu 300 quilos de cabos.

De acordo com o delegado Luciano Peringer, titular da Delegacia de Polícia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio de Serviços Delegados, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os furtos ocorrem com mais frequência no Litoral Norte, por conta da baixa circulação de pessoas nestas regiões. “São territórios mais ermos, distantes, então, dificulta possíveis flagrantes e denúncias”, conta o delegado. Segundo a CEEE, cerca de quatro quilômetros de cabos são furtados por ocorrência no Litoral Norte, com média de dois casos por dia.

MEDIDAS TOMADAS

Na tentativa de diminuir coibir os furtos, a CEEE começou a substituir o cobre, material mais visado nos crimes e com maior valor no mercado ilegal, por alumínio. A empresa ressalta que mais de 140 quilômetros de cabos de cobre foram substituídos por alumínio em 2021. No entanto, segundo Júlio Hofer, superintendente técnico da CEEE Grupo Equatorial, por questões técnicas, o cobre ainda está bastante presente nas redes de abastecimento de regiões litorâneas. “Em pontos como a Orla e no litoral, o cobre é o material mais adequado, em razão da salinidade’, explica Hofer.

Para o delegado Luciano Peringer, a substituição da matéria-prima dos cabos é um ponto importante e que pode ajudar no combate aos furtos, mas ressalta que a falta de identificação dos materiais apreendidos ainda é um grande problema na hora de responsabilizar os suspeitos. “Esse material proveniente dos furtos acaba em ferros-velhos e ferragens. Muitas vezes, localizamos o material e não podemos realizar a apreensão porque os cabos não têm identificação, em especial da CEEE. Sem identificação, não podemos realizar nenhuma apreensão, e o material segue circulando no mercado ilegal”, conta o delegado.

Segundo a assessoria de imprensa da CEEE, a empresa já resolveu a questão de identificação dos materiais e segue colaborando com as autoridades. “A CEEE pública não identificava os cabos. Com a chegada do Grupo Equatorial, padronizamos e identificamos. Essa questão já está resolvida. Se hoje houver um furto no bairro Floresta, em Porto Alegre, por exemplo, nós sabemos todas as características do cabo”, esclarece Hofer.

A Polícia Civil reforça que a prática dos criminosos é muito rápida. Por isso, é necessária a colaboração da população para coibir o furto. De acordo com os dados da CEEE, entre janeiro e julho deste ano, o prejuízo financeiro da empresa passou de três milhões de reais. Em 2021, os danos financeiros da distribuidora de energia com o furto de cabos foram de aproximadamente cinco milhões de reais. O superintendente técnico da CEEE ressalta que, além do impacto no cotidiano, há um prejuízo financeiro que também chega aos clientes após os furtos. “Depois eu preciso reconstruir a rede, esse custo da reconstrução volta para a tarifa, e no próximo reajuste isso chega ao cliente. Então, ele é afetado financeiramente”, explica.

DENUNCIE

A denúncia dos clientes também auxilia no combate ao furto de cabos. A CEEE Grupo Equatorial pede para que o cliente, ao perceber qualquer movimentação diferente próxima à rede da companhia, entre em contato por meio do site (ceee.equatorialenergia.com.br) ou pelo telefone: 0800 721 2333.

Na falta de energia, envie um SMS para o número 27307, com a palavra LUZ e o número da Unidade Consumidora (UC), encontrado no canto superior direito da fatura de energia. Lembrando que somente profissionais devidamente trajados com uniformes da CEEE Grupo Equatorial ou a serviço da companhia estão autorizados a realizar serviços na rede elétrica.

Foto: Divulgação