Jovem morre após queda de ponte pênsil na divisa entre RS e SC
Um grupo de pessoas caiu da ponte pênsil, que faz a ligação entre os municípios de Torres e Passos de Torres (SC). O ocorrido aconteceu na madrugada de segunda-feira (20), após cabos que ligam a estrutura se romperem. Um vídeo que está circulando na internet mostra o momento que tudo acontece: Dezenas de pessoas retornavam de uma festa em SC, quando alguma delas começaram a pular na ponte. Após alguns instantes, a estrutura não aguenta e cai, jogando o grupo nas águas do Rio Mampituba.
Um barco próximo da área do acidente foi determinante para o resgaste imediato das pessoas, sem contar que muitas pessoas que assistiram à cena, pularam na água para auxiliar. Aproximadamente, 30 pessoas acabaram se ferindo. Todas foram socorridas e encaminhadas ao Hospital para receberem atendimento.
Um jovem de 20 anos, identificado como Brian Grandi, estava desaparecido. Após dias de buscas, os agentes do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) conseguiram localizar o corpo da vítima, na manhã de quinta-feira (23). De acordo com os Bombeiros, o corpo estava na Praia Azul, antes da Bela Torres, em Passo de Torres, próximo ao encontro da água do Rio Mampituba com o mar.
Natural de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, o jovem teria ido a Passo de Torres, na noite de domingo (19), passar o Carnaval com um grupo de amigos. Já durante a madrugada, ele teria avisado a irmã que estava retornando para casa. Os amigos estavam de carro, mas, como Brian havia deixado sua bicicleta no lado de Torres, ele teria atravessado a ponte de volta para o RS a pé, quando acabou acontecendo a tragédia.
PONTE INTERDITA
Após reunião entre os prefeitos de Torres, Carlos Souza, e de Passo de Torres, Valmir Augusto Rodrigues, realizada na sede da prefeitura catarinense, na terça (21), foi definida a interdição da ponte, de ambos os lados, por período indeterminado, havendo a colocação de placas no local. Em nota, a prefeitura de Torres reforçou que permanece à disposição das autoridades. Além disso, destacou que as Secretarias municipais seguem dando apoio no local. Após liberação da estrutura por parte dos Bombeiros e da Polícia Civil, os engenheiros de ambas as cidades irão definir a melhor estratégia para a liberação da ponte para que o fluxo de embarcações pelo rio possa ser normalizado.
Vale ressaltar que a responsabilidade pela ponte pênsil é dos dois municípios. De acordo com o poder público, a manutenção da estrutura estava em dia e a documentação regular, o que permitia a passagem, com segurança, de pessoas. ”Antes da temporada, fizemos uma vistoria e manutenções preventivas. Não tínhamos relato ou sinal de que houvesse algum tipo de dano na estrutura que ensejasse um acidente desta natureza”, afirmou o Carlos Souza. Conforme Carlos Souza, a suspeita é que o excesso de peso tenha causado o acidente, já que no momento da queda haviam bem mais de 20 pessoas, limite máximo permitido para passagem.
Inaugurada na década de 1980, a ponte pênsil já havia caído uma outra vez, há quase 40 anos. Em dezembro de 1984, a estrutura cedeu durante um evento de inauguração do local. Na ocasião, dezenas de pessoas também caíram no Rio Mampituba depois da ponte despencar. No momento da queda, um padre fazia a benção do local. Na época, ninguém ficou gravemente ferido, nem houve mortes.
INVESTIGAÇÃO
Ainda na terça-feira, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu a perícia de engenharia na ponte pênsil, que tem extensão de 80 metros. Conforme o delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, que está à frente do caso, a medida é uma das demandas solicitadas pela Polícia Civil gaúcha, que busca apurar as responsabilidades da ocorrência. A instituição também tenta confirmar se uma embarcação bateu e danificou parte da estrutura no início de fevereiro. O inquérito policial deve ser concluído em um prazo de 30 dias.