Iluminação azul é vista no mar da região
Os veranistas que foram a praia de Capão da Canoa na noite de terça-feira (18), foram surpreendidos por uma luz azul na água. Contudo, engana-se quem pensa que a luz era do luar ou de algum evento à beira-mar. O espetáculo foi proporcionado por pequenos seres vivos marinhos, num fenômeno conhecido como bioluminescência.
Segundo a bióloga marinha Elisabeth Cabral, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a bioluminescência é uma característica presente em diversos animais, com vaga-lumes e cogumelos. No caso específico, houve atividade de plânctons dinoflagelados. “É um processo que emite uma luz através de uma reação química, que vai ter várias funções. Alguns organismos utilizam para comunicação, outros para evitar predadores, outros para atrair presas ou parceiros sexuais”, explicou.
Conforme a professora, os plânctons estão presentes em toda a costa brasileira. A poluição e as chuvas carregam mais nutrientes para a costa, aumentando a população desses seres vivos. As condições mais propícias para as florações bioluminescentes são águas mais quentes e calmas. “Para a gente ter aquela vista bonita, em que a gente tem as águas brilhando, eles vão ter que estar em grande quantidade”, comentou Elisabeth.
Os seres marinhos também podem ser vistos no período do dia, mas sem a iluminação. A aparência dos dinoflagelados em ambientes claros é avermelhada. Vale ressaltar que os plânctons não são tóxicos e não oferecem riscos para os banhistas.
Foto: Sérgio Ordobás