REGIÃOSAÚDE

Hospital de Tramandaí ficará sem plantão obstétrico

Boa parte dos moradores do Litoral Norte foi pega de surpresa com a notícia de que o Hospital de Tramandaí (HT) ficará sem plantão obstétrico a partir da próxima segunda-feira (01/04). De acordo com Ofício do Sindicato Médico do Estado (Simers), os mais de 40 profissionais contratados irão paralisar suas atividades devido, segundo eles, a precariedade das instalações e das más condições de trabalho.

O documento foi entregue à Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), responsável pela administração do HT, ao Ministério Público do RS (MP-RS), s Secretarias Estadual de Saúde (SES), a 18ª Coordenadoria Regional da Saúde (CRS), além do Executivo e Legislativo de Tramandaí. Após apresentarem as demandas a FHGV, a decisão foi tomada pelos médicos durante Assembleia Geral Extraordinária.

Entre os principais pontos levantados, estão os atrasos nas remunerações e a falta de materiais, incluindo insumos e medicamentos. Um exemplo, é a carência de campo cirúrgico, material que serve para proteger os pacientes durante os procedimentos e evitar contaminações causadas por respingos de sangue e fluídos. De acordo com a diretora do Simers, Gabriela Schuster, os problemas prejudicam não somente os médicos, mas, também, a população atendida no Hospital. “Todo mundo acaba sendo prejudicado com a falta de condições mínimas de trabalho”, comentou Gabriela, que aproveitou para lembrar que o Simers já vinha alertando sobre a possível tomada de decisão.

Segundo o Simers, a paralisação será encerrada, caso a Fundação Getúlio Vargas apresente as propostas de melhorias. Porém, até esta sexta-feira (29), a FHGV ainda não havia se pronunciado sobre a decisão dos profissionais de saúde e tão pouco anunciou uma solução para resolver os problemas apontados ou a possibilidade da paralisação dos serviços.

IMPORTÂNCIA DO HT

O Hospital de Tramandaí é referência em Obstetrícia para os municípios de Tramandaí, Imbé, Cidreira e Balneário Pinhal, atendendo cerca de 75 mil pessoas. Com a falta dos profissionais, isso poderá acarretar em um sobrecarregamento em outros hospitais da região, como é o caso do São Vicente de Paulo (HSVP), em Osório, e Santa Luzia, em Capão da Canoa. Não bastasse isso, o HT é o único Hospital com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Litoral Norte, além também ser referência em Gestação de Alto Risco para as 23 cidades da região.