Governo do Estado se reúne com imprensa do Interior

Governo do Estado se reúne com imprensa do Interior

Representantes da ADI Multimídia e do Grupo de Diários do Interior participaram na quarta-feira (10) de um almoço com o governador Eduardo Leite e com o vice-governador Gabriel Souza. O encontro foi realizado no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, em Porto Alegre, e também contou com a presença do secretário de Comunicação do Estado, Caio Tomazeli, e também do secretário-adjunto, Maicon Bock. O Jornal Momento esteve representado pelo seu diretor, o senhor Omar Batista Luz.

O evento foi iniciado pelo secretário Caio, que ressaltou a importância desta proximidade com os jornais regionais, que levam informação de credibilidade para as comunidades do interior do Estado. Após, ocorreu a manifestação da presidente da ADI Multimídia, Patricia Cerutti, que convidou cada um dos diretores dos veículos de comunicação presentes para fazerem sua apresentação.

Logo após, houve uma entrevista com o governador e vice-governador, que responderam perguntas elaboradas pelos jornalistas dos veículos associados às entidades. Durante o almoço, também houve um momento em que os diretores presentes puderam conversar com Leite e Souza sobre outros assuntos relacionados ao Estado. Durante suas falas, Leite e Gabriel analisaram os desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul, a continuidade das ações do Plano Rio Grande, a relação com o governo federal, a disputa pela sucessão estadual em 2026 e as perspectivas políticas diante dos impactos das enchentes. Em mais de duas horas de conversa, ambos detalharam estratégias e leituras internas do governo sobre economia, infraestrutura, saúde, obras, dívida pública, reforma administrativa e ambiente eleitoral.

A ENTREVISTA

O governador Eduardo Leite e o vice-governador Gabriel Souza analisaram os desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul, a continuidade das ações do Plano Rio Grande, a relação com o governo federal, a disputa pela sucessão estadual em 2026 e as perspectivas políticas diante dos impactos das enchentes. Ambos detalharam estratégias e leituras internas do governo sobre economia, infraestrutura, saúde, obras, dívida pública, reforma administrativa e ambiente eleitoral.

Reconstrução do Estado pós-enchentes

Leite afirmou que o Estado vive “o maior desafio de sua história”, reforçando que o processo de reconstrução precisa ir além da resposta emergencial. “Temos que ter clareza de que não se trata apenas de recuperar o que foi destruído, mas de reconstruir de forma diferente. O padrão de eventos climáticos extremos se repete, então precisamos fazer obras e políticas públicas que reduzam a vulnerabilidade. O Plano Rio Grande não é uma marca de governo, é uma política de Estado, afirmou o governador.

O vice-governador, Gabriel Souza, acrescentou que o governo trabalha com uma estrutura de governança permanente para enfrentar eventos climáticos. “Aprendemos muito em 2023 e agora em 2024. Criamos protocolos novos, centralizamos informações e tomamos decisões em ritmo de operação de guerra. A estrutura montada hoje ficará como legado. O Rio Grande do Sul não pode mais improvisar diante de catástrofes”, disse.

Infraestrutura e obras prioritárias

Leite destacou que o Estado nunca teve tantos projetos simultâneos. “Estamos executando a maior carteira de obras da história. Não é frase de efeito. As concessões de rodovias, o Avançar e os investimentos diretos estão permitindo que façamos em quatro anos o que não conseguimos fazer em décadas, destacou. Gabriel, que coordena parte das articulações com municípios e órgãos federais, reforçou os investimentos na área. “Os prefeitos sabem que o fluxo de obras é real, porque tem recurso garantido. E na reconstrução pós-enchentes vamos priorizar pontes, contenções, acessos municipais e redes de água”.

Dívidas dos hospitais e filas na saúde

Uma das áreas mais citadas nas perguntas encaminhadas pelos jornalistas diz respeito a situação da saúde nos municípios. “Efetuamos pagamentos recordes nos últimos dois anos. Temos atrasos pontuais ligados aos efeitos da calamidade, mas estamos ajustando o fluxo. O Estado não deixará nenhum prestador desassistido”, comentou o governador. A respeito da fila de cirurgias e procedimentos, Leite reafirmou o compromisso de retomada. “O SUS Gaúcho permitiu avanços, como mutirões e repasses extras. Agora, com a enchente, houve obviamente interrupção. Mas retomaremos ainda mais forte. O gaúcho não ficará sem atendimento”, detalhou. Gabriel complementou lembrando que o RS foi um dos primeiros estados a criar política própria de regulação. “Os mutirões deram resultado, mas precisamos integrar melhor as regiões e ampliar a contratualização. A tragédia impactou estruturas de hospitais inteiros”, lembrou.

Reforma administrativa e futuro do Estado

O governador voltou a defender mudanças estruturais: “O RS só vai conseguir dar a volta completa se seguir com reformas. Tem questões do serviço público, previdência, carreiras e organização interna que precisam ser atualizadas. Não é contra servidor, é a favor do Estado”, frisou.

Sucessão de 2026 e ambiente político

Leite reiterou que não será candidato em 2026, mas comentou os movimentos nacionais e estaduais. “O Rio Grande do Sul precisa de continuidade, não de ruptura. Quem vier depois terá que entender que o processo de reconstrução vai atravessar gestões. Em nível nacional, ainda é cedo para análise definitiva, mas o país está muito polarizado e isso exige responsabilidade”.

Gabriel confirmou que está à disposição do partido, mas sem formalizar pré-candidatura. “Não trato isso como uma ambição pessoal. Sou um servidor público que está onde o partido e o projeto acharem necessário. Se for para disputar o governo, farei com responsabilidade. Se não for, estarei junto da mesma forma”.

Sobre o futuro do Estado

Leite concluiu defendendo uma agenda comum. “A reconstrução é nosso eixo. Passamos pela maior crise climática do país. Nós, como sociedade, precisamos trabalhar juntos. Política não pode atrapalhar essa reconstrução”, finalizou.

CRÉDITO: Divulgação