Fiergs reforça posicionamento contrário ao reajuste do piso regional

Enviado na segunda-feira (26) à Assembleia Legislativa do Estado (AL-RS) pelo gaúcho, o Projeto de Lei (PL) que propõe reajuste de 8% do piso regional é considerado injustificável pelo Sistema Fiergs. Desde o último reajuste, em dezembro de 2024, a inflação acumulada é de 2,98%, conforme projeção do Monitor do INPC da Fiergs. Diante da proposta, a entidade reforça seu posicionamento contrário ao aumento e a favor da extinção do salário mínimo regional. A posição leva em conta os desafios enfrentados pela economia gaúcha nos últimos anos e considera que o índice proposto pelo governo do estado é incompatível com a capacidade de recuperação das empresas no atual cenário.
O presidente da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), Claudio Bier, lembra que a posição das federações empresariais sempre foi pela extinção do piso regional. “O salário mínimo regional não contribui para a geração de emprego e renda, elevando os custos, desestimulando o crescimento econômico e afastando investimentos”, diz Bier. Além disso, conforme Bier, há uma relação estabelecida entre os empresários e seus empregados e este não é um assunto do governo.
“Estamos negociando com os sindicatos a inflação, e o governo do estado aparece com este percentual, muito acima do esperado”, destaca. “Consideramos que esse reajuste compromete a competitividade do setor produtivo gaúcho e impulsiona a inflação. A suspensão desse aumento é uma reivindicação que as entidades empresariais gaúchas vêm fazendo há muito tempo e que representaria um investimento na competitividade do estado”, ressalta Bier.
Para a Fiergs, trata-se de uma decisão que impõe custos adicionais significativos justamente quando as empresas lutam para manter empregos, reconstruir estruturas e retomar a produção. A indústria gaúcha acumula retração real de 5% no biênio 2023–2024, e esse reajuste acima da inflação e desproporcional compromete a competitividade e pode agravar ainda mais o quadro de estagnação econômica industrial no estado.
A Fiergs reitera seu compromisso com a valorização do trabalho, mas destaca que isso deve ser feito com responsabilidade e coerência com a realidade econômica. Também entende que as negociações devem ocorrer de forma direta entre trabalhadores e empresas, observando as peculiaridades de cada setor, época e mercado. Segundo Bier, a entidade vai buscar negociação com o governo e com os deputados estaduais em relação ao salário mínimo regional.
CRÉDITO: Dudu Leal