Expectativa para vagas temporárias no Litoral é grande

Expectativa para vagas temporárias no Litoral é grande

Está aberta a época das vagas temporárias de final de ano. Para 2021, 33,4% dos estabelecimentos abordados pela Pesquisa de Empregos Temporários 2021 têm a intenção de contratar trabalhadores temporários. A seleção de trabalhadores temporários será realizada no próprio estabelecimento de trabalho em 79,1% dos casos. A pesquisa realizada pela Fecomércio-RS entrevistou estabelecimentos do comércio varejista de todas as regiões do Estado.

“A contratação de temporários deve representar incremento de 35,2% na força de trabalho dos estabelecimentos, uma quantidade levemente superior à contratada no ano passado. No entanto, estamos partindo de bases mais altas. O ano de 2021 foi muito melhor para o emprego no varejo do que 2020. A boa notícia é que, conforme as expectativas dos empresários do comércio contatados pela pesquisa, 42,1% dos trabalhadores contratados como temporários possuem chance de efetivação após o final de seu contrato”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

A pesquisa também mostra que o processo seletivo, em 55,6% dos estabelecimentos, contará com algum tipo de exigência para o preenchimento das vagas. Entre as exigências, a mais frequente é a experiência (56,1%) seguida de grau de instrução (39,3%). A maior parte (89,6%) dos estabelecimentos que pretende contratar temporários deverá fazê-lo para a atividade de vendas/comercial. Em segundo lugar, aparece para a função caixa/crediário, 20,5%. A pesquisa revelou também que a falta de qualificação dos candidatos é apontada por 43,6% como uma dificuldade para contratação.

Vale destacar que 53% dos entrevistados tiveram a intenção de contratar afetada pela crise do coronavírus; nesse grupo o efeito predominante foi de redução na intenção de contratar, conforme apontaram 71,6% dos que sentiram efeitos da crise. A pesquisa conclui que, apesar do ano de 2021 não ter contado com interrupções tão severas da atividade econômica como o ano de 2020, é indiscutível que ainda está longe da normalidade. Os hábitos de consumo das pessoas mudaram, a renda sofreu uma profunda queda e a incerteza cresceu significativamente. Diante desse novo cenário, várias empresas se viram obrigadas a remanejar a força de trabalho e a adotar medidas de redução de custos. Quando questionados sobre os efeitos da crise na estrutura de funcionários da empresa 68,8% afirmaram terem sido forçados a implementar alterações na força de trabalho em virtude da pandemia.

O resultado da pesquisa foi baseado na análise das intenções de contratações com vistas a atender o aumento de demanda habitual do final do ano, o perfil do trabalhador contratado e as características da contratação. A técnica utilizada foi a de entrevistas in loco em estabelecimentos dos segmentos selecionados. Foram abordados 1.154 estabelecimentos para compor a amostra de 385 estabelecimentos que responderam que pretendiam contratar ou que haviam contratado no ano corrente.

OUTRAS ENTIDADES PREVÊM AUMENTO NAS VAGAS

E não é só a Fecomércio que prevê aumento no número de vagas temporárias para o final desse ano, principalmente entre outubro e novembro.Somente para o varejo, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê 7,1 mil vagas para o período do Natal no Estado. No país, a CNC projeta criação de 94,2 mil postos — maior montante em oito anos e superior aos 68,3 mil registrados em 2020. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que “os estabelecimentos comerciais estão voltando a receber um fluxo maior de consumidores”, o que fortalece as vendas.

A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) projeta a criação de 565 mil vagas temporárias de outubro a dezembro em todo o país. O montante representa avanço de 20% ante o mesmo período de 2020, quando foram abertas 471.300 vagas. A entidade não tem dados locais, mas a diretora da Asserttem no Rio Grande do Sul e da GP Temporários, Graziele Pachla, avalia que o volume de contratação de temporários no RS deve ocorrer na esteira do movimento nacional.

A projeção do Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas) ocorre no mesmo sentido. O presidente da entidade, Paulo Kruse, estima crescimento de 22% na contratação de temporários em relação a 2020 e de 10% ante 2019 — período pré-pandemia. Além da retomada da economia, quadros menores de funcionários em razão da pandemia também influenciam nesse processo, segundo o dirigente.

Historicamente, o setor de supermercado é um dos protagonistas nas contratações de temporários nessa época do ano. Isso costuma ocorrer em razão do planejamento para suprir o movimento maior em lojas do Litoral na temporada de verão. Neste ano, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, estima que o número de temporários deve ficar estável em relação ao ano passado. Segundo Longo, isso ocorre porque o setor se manteve aquecido durante o ano, o que não provocou muitos desligamentos no pós-temporada. O maior número de pessoas morando no Litoral também contribui para esse movimento, segundo o dirigente:

‘As pessoas estão morando na praia. A prestação de serviço e a exigência de qualificação exigem cada vez mais mão de obra”, declarou o presidente da Agas. Longo destaca que a abertura de novas lojas no Litoral Norte aumenta as chances de efetivação de temporários nesta temporada.

Foto: Divulgação