EDITORIAL

ENDIVIDAMENTO

O Brasil esteve sobre forte recessão no governo Dilma. As ações desastradas na economia endividaram empresas e a população em geral que foi levada a aumenta o consumo numa armadilha falaciosa de juros menores e redução de impostos. Foi neste período pré-eleitoral do segundo mandato que o preço da energia foi maquiado, os juros do cheque especial forçados a baixarem pelo uso dos bancos estatais e ainda pelos programas sociais que permitiu a classe pobre comprar móveis e eletrodomésticos com juros baixos com recursos da Caixa Federal. Logo após reeleita a conta de energia dobrou, os combustíveis subiram e os juros bancários logo triplicaram passando de 4% no cheque especial para em poucos meses 12%. Isto levou muitas pessoas ao endividamento e forçou a Caixa a promover transação de acertos para recuperar recursos que poderiam ser perdidos por total incapacidade de pagamento pelos tomadores dos empréstimos.

O impeachment chegou antes de uma derrocada geral da economia, mas num profundo endividamento das empresas e cidadãos por alteração das regras de mercado e pela escassez de empregos e consumo sustentável para a economia. Mesmo com a correção de rumo tomada pelo presidente Temer recuperar uma economia combalida e com fortes indícios de corrupção não se consegue de um momento para outro. A recuperação e os efeitos das medidas corretivas levam tempo para serem absorvidas pelo mercado e pela população em si.

O Governo Bolsonaro estancou a sangria dos cofres públicos, eliminou déficit milionários das estatais, reorganizou os bancos estatais e torno a Caixa num impulsor da economia e de ação social que durante a pandemia impediu a miserabilidade de milhares de pessoas e famílias. O efeito da pandemia, principalmente com politização desta deixando a economia de lado e tendo o governador de São Paulo promovendo o caos no estado mais rico do país atingiu a todos sem distinção.

A economia brasileira durante a pandemia evitou o pior e ainda promoveu crescimento e a volta de milhares de pessoas ao emprego, muitos deles perdidos durante a pandemia. Os juros foram baixos por longo período e assim permitiu que o PIB brasileiro superasse a de grande economia mundiais. Boa parte destas conquistas e que ainda estão permitindo melhoras no atual governo logo deixarão de ser positivas. As estatais já estão em déficit consumindo do Tesouro Nacional R$ 24 milhões mensais, o endividamento público aumenta compulsivamente e por fim já se espera um déficit orçamentário de mais de R$ 154 bilhões até o fim do ano.

A economia voltou ao caos e muitas empresas estão fechando no país, além de outras tantas estarem endividadas e demitindo trabalhadores. Os pedidos de falência crescem e as pessoas estão endividadas e mesmo com o programa governamental de “auxiliar” os superendividados a geração de riquezas está muito aquém do necessário para uma economia pujante.

Levantamento feito pelo Serasa aponta que a região Sul, no mês de junho apresentou mais de 1 milhões de empresas inadimplentes. Na análise nacional, foram registradas 6,52 milhões de companhias inadimplentes, o maior número da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Em relação a maio, o aumento foi de 35 mil novos CNPJs negativadosO valor das dívidas, quando somadas, chegou a R$ 118 bilhões, um recorde que não era batido desde janeiro de 2020. Em média, cada CNPJ tinha cerca de sete contas negativadas no período. As companhias do setor de “Serviços” foram as mais afetadas e representam 54,1% do total de inadimplentes. Em seguida apareceu “Comércio”, com 37%, “Indústrias”, com 7,6%, “Setor Primário”, com 0,8% e “Outros”, com 0,4% – categoria que contempla empresas “Financeiras” e do “Terceiro Setor”. Neste levantamento se pode observar que os bancos e financeiras sempre foram e seguem sendo as que menos problemas tem com relação a inadimplência, mas certamente tem muito a ver com a situação pelos altos juros e custo do dinheiro para financiar empresas.

Neste sentido, o Pronampe tem sido um alívio aos empresários que conseguem recursos a custo menor e prazo mais longo para revigorar o empreendimento e assim manterem a atividade econômica. Mas, contudo isto, os impostos e os altos juros, multa e agora honorários sobre dívidas com o fisco estão estrangulando as empresas, ainda mais com a Taxa Selic nos atuais patamares. Mas também se os juros do BC assim não forem, a inflação é o descontrole das contas públicas farão a economia sucumbir, gerando mais pobreza e o fechamento de mais postos de trabalho e assim mantendo e aumentando a quantidade de endividados.