Empresas em dificuldades

Os efeitos deletérios da pandemia ainda refletem no desempenho das empresas que buscam se recuperar do “fecha tudo” e o “fiquem em casa”. Em recente pesquisa da Serasa Experian, aponta que mais de 1 milhão de empresas da região Sul foram consideradas inadimplentes no mês de julho. Fato que reflete o baixo crescimento do PIB e também da recuperação da taxa de desemprego. Algo, aliás que apresentou queda no desemprego, mas muito mais por desistência de emprego com carteira assinada e por abertura de MEIs, que que propriamente de empregos gerados.

Dos três estados do Sul, o Paraná com mais de 419 mil registros e que no Brasil o dado é de que 6,55 milhões de empresas e3stão encontrando dificuldades para manterem seus compromissos em dia. Grandes empresas vêm fechando lojas e pontos de venda alegando reestruturação do negócio, quando se sabe que as dívidas de algumas são de milhões de reais e algumas estão a pedir recuperação judicial. Estes registros de inadimplência cresceram em relação ao mês de junho e que foi considerado o mês de recorde da série histórica do Indicador de Inadimplência, tendo o setor de “serviços” o que tem puxado o índice para cima num percentual de 54,2%, seguido do setor de “comércio” que atinge 36,9% dos casos.

Para economistas e empresários a alta taxa de juros é que vem ocasionando a dificuldade para recuperação das empresas e assim manterem seus compromissos financeiros. Com a queda da SELIC dos 13,75% para 13,25% ao ano esperava-se uma reação da economia, mas alegam estes que a redução teria de ser maior ainda. No entanto ninguém fala em reduzir as despesas do governo que tem gasto mais do que tem arrecadado e que poderia arrefecer na cobrança de impostos oferecendo melhores condições de arrefecimento do peso da carga tributária no pós-pandemia. A fatia do Leão tem sido um forte peso para as empresas e até mesmo para os consumidores diante da tabela do IR que não elevou a base de isenção, penalizando ainda mais o trabalhador assalariado. Isto faz com que o consumidor se retraia ainda mais o consumo, diante da incerteza dos meses restantes do ano.

Os juros elevados da SELIC se justificam como o remédio amargo para o controle da inflação que corrói mais rapidamente o poder aquisitivo dos salários, mas que muitos empresários veem como oportunidade para aumentarem ganhos com as remarcações de preços. Mas, se houvesse um controle de gastos para reduzir o déficit já criado pelo governo federal que deverá chegar a mais de 150 bilhões de reais até o final do ano haveria condições de arrefecer juros e reduzir a dívida interna do país que sempre foi o grande problema inflacionário com o alto juro pago aos bancos e financeiras para fazer frente aos gastos do governo em seu descontrole total da economia.

As tragédias naturais que estão a ocorrer pelo país neste ano também consomem recursos do governo federal, dos estados e municípios, mas mesmo assim já se gastou mais de meio bilhão em viagens improdutivas e ainda se quer adquirir uma luxuosíssima aeronave presidencial de valor de quase meio bilhão de reais.

As dificuldades impostas até mesmo pelos empréstimo pelo Pronampe, limitando a 30% da receita informada no pagamento de impostos, com o uso do Fundo Garantidor é outra forma que poderia atender e aliviar o fluxo de caixa das empresas e ao mesmo tempo escapar dos juros altos dos empréstimos bancários, mas o governo tem de garantir juros elevados para os bancos e a alta rentabilidade destes com a inflação.

As Micro e Pequenas Empresas somam 39,9 milhões de dívidas, cujo valor total é de R$ 95,8 bilhões. Em média, cada companhia inadimplente possui 6,9 contas atrasadas e estão nestas a maior fonte geradora de empregos formais e não estão tendo a devida atenção para este problema.

Enquanto as empresas enfrentam dificuldades o Governo Federal vai à forra ampliando seus gastos com pessoal e aumento de cargos, além e despesas desnecessárias e ainda buscando mais formas de retirar recursos com novos impostos e retornando outros que encarecem a vida do brasileiro e dificultam a recuperação da economia como um todo. O futuro é incerto e investimentos estão deixando de serem realizados pela insegurança gerada pelo Governo Federal e pela condução da economia e ainda demonizando o setor que sempre tem contribuído para elevação do PIB: o Agro brasileiro.