GERAL

Deputados pedem que MP investigue denúncia de seletividade na perfuração de poços

O deputado Pepe Vargas (esquerda) entregou o ofício ao procurador-geral do MP, Marcelo Dorneles, na terça-feira (25).

Os deputados da Bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa do Estado (AL-RS) encaminharam ao Ministério Público (MP) comunicação de fato grave que ameaça a segurança da população gaúcha, especialmente nas áreas mais atingidas pelos efeitos da estiagem. O ofício foi entregue ao Procurador-Geral, Marcelo Dorneles pelo líder da bancada petista, deputado Pepe Vargas, na terça-feira (25).

O documento pede providências sobre suposta comunicação entre integrantes da administração da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), determinando dar prioridade para perfuração de poços de captação de águas aos municípios que aderiram aos termos da repactuação contratual, denominado “Termo Aditivo”, em detrimento das demais cidades que possuem contratos vigentes, mas que não firmaram a repactuação, embora sejam tão ou mais atingidas pelos efeitos da seca.

O argumento dos parlamentares é de que este não seria um critério justo. “A adesão ou não dos municípios ao termo aditivo não pode ser critério para a Corsan decidir onde perfura ou não poços. Nós entendemos que o critério deve ser onde mais necessita de água”, declarou o deputado Pepe.

A informação sobre a suposta determinação feita por membro da diretoria da Corsan consta do site do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua). No texto, a entidade acrescenta informações obtidas junto ao prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas, que igualmente publicou em seu perfil na rede social Facebook, no dia 22 de janeiro, que foram corajosos os trabalhadores da Corsan da regional de Santa Maria, que não acataram a sugestão de assessora da presidência da Corsan.

Ainda segundo o prefeito, a assessora disse para suspenderem a perfuração de poços na Vila Block, porque São Sepé não assinou a autorização para a venda da empresa estatal”. “Queremos que o Ministério Público averigue essa denúncia, pois se confirmar-se que houve essa comunicação, temos uma situação grave que configura crime”, afirmou Pepe.

O procurador Marcelo Dorneles se disse surpreso com a informação e garantiu dar início a uma investigação. “Vamos avaliar, verificar com a presidência da Corsan quais são os critérios para as perfurações de poços e pedir o cronograma de execução”, assegurou.

Foto: Joaquim Moura