Deputado alerta sobre possíveis perdas de receitas dos royalties para municípios do Litoral

Deputado alerta sobre possíveis perdas de receitas dos royalties para municípios do Litoral

Durante Sessão Plenária da Assembleia Legislativa realizada nesta terça-feira (13) o deputado Pepe Vargas (PT), solicitou que os parlamentares deixem de lado as diferenças e concepções ideológicas sobre o tema Petrobras e defendam a empresa da possibilidade de privatização. Pepe, que coordena a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, lançada na noite desta segunda-feira (12), utilizou o tempo regimental para defender a empresa pública como indutora do desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul.
Para Pepe, o petróleo é assunto de segurança nacional, por isso, defende que a Petrobras deve ser mantida como empresa pública de extração, produção, refino e produção, mas também que pense o desenvolvimento nacional e em como a cadeia produtiva do óleo e do gás possa criar uma sinergia junto com todo o investimento em pesquisa e tecnologia.
“Reconheço que entre nós há deputados que pensam diferentes. Proponho para que possamos entrar em um debate puramente de racionalidade econômica, pois a atual direção da Petrobras anunciou a intenção de vender o que chamam de cluster Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), dos dois terminais de Osório e Canoas e de toda a logística – gasodutos e oleodutos que transportam toda a matéria prima e derivada” comentou o deputado.
A consequência, segundo ele, será o aumento do custo dos derivados do petróleo (gasolina, óleo diesel, nafta, massa asfáltica, gás de cozinha), porque hoje a Refap é uma empresa integrada ao conjunto Petrobras, que extrai o petróleo do pré-sal com o menor custo a nível internacional.
“A empresa pública entrega o petróleo na refinaria com um custo mais abaixo do preço que o petróleo tem no mercado internacional, consequentemente ela refina com custos mais baixos, mas com uma eventual privatização levará a matéria prima a ser entregue com preços do mercado internacional. Alguém acha que a refinaria vai conseguir absorver este aumento dos custos e não vai repassar aos consumidores?”, questionou Pepe, lembrando que o reflexo será muito ruim para o RS que tem na agricultura a necessidade de combustíveis para a produção e o transporte.
Além de retirar competitividade da economia gaúcha, uma privatização prejudicaria também alguns municípios que perderão arrecadação. “Canoas perderá 30% do seu retorno de ICMS, pois a Petrobras entrega o petróleo a um preço menor, o valor adicionado no derivado é mais alto e como virá a preço do mercado internacional o valor adicionado será menor e arrecadação cairá brutalmente, isso deve ocorrer também nos municípios litorâneos que terão perdas de receitas dos royalties”. Osório, Tramandaí, Imbé e Cidreira, por exemplo, tem 14 a 20% de receita proveniente dos royalties porque hoje 95% do petróleo que chega ao estado são produzidos em território nacional. “Se uma empresa multinacional adquirir a Petrobras, poderá trazer petróleo do exterior e não ter mais que pagar royalties”, concluiu Pepe Vargas.

Foto:

Willian Schumacher

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