GERAL

Confiança do empresário gaúcho permanece baixa por causa das incertezas na economia brasileira

O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS), pesquisa divulgada na terça-feira (18) pela Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), cresceu pelo segundo mês consecutivo em julho, algo que não ocorria desde setembro de 2022. Passou de 47,6 para 49 pontos, o maior patamar do ano. Apesar disso, o ICEI-RS, que varia de zero a cem pontos, por continuar abaixo dos 50 mostra os empresários gaúchos ainda sem confiança, situação mantida desde novembro de 2022. A pesquisa consultou 192 empresas – 45 pequenas, 60 médias e 87 grandes – entre 03 e 11 de julho.

 “Os resultados de julho expressam uma melhora relativa em um cenário desfavorável. Mas a maioria dos empresários permanece reticente em relação à economia brasileira por causa das elevadas taxas de juros, da incerteza e do baixo nível da demanda doméstica”, afirmou o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

O avanço do ICEI-RS este mês refletiu a expansão de todos os componentes, enquanto a falta de confiança deveu-se à avaliação ainda negativa do cenário econômico nacional, tanto o atual quanto o futuro. O Índice de Condições Atuais cresceu de 41,4, em junho, para 42,5 pontos, em julho. O resultado abaixo de 50 indica piora das condições dos negócios, enquanto o aumento expressa uma avaliação menos negativa. Da mesma forma, o Índice de Condições da Economia Brasileira aumentou de 36,7 para 37,9 pontos no período. A proporção de empresas que consideram as condições da economia brasileira piores diminuiu de 52,5%, em junho, para 50%, em julho, enquanto 42,1% não percebem alteração. Eram 41,5% no mês passado. Somente 7,9% percebem melhora, percentual que era de 6% em junho. O Índice de Condições Atuais das Empresas, por sua vez, cresceu de 43,8 para 44,8 pontos.

EXPECTATIVAS – O Índice de Expectativas mostrou que em julho o empresariado gaúcho ficou um pouco mais otimista em relação aos próximos seis meses. Registrou alta de 1,6 ponto, saindo de 50,7, em junho, para 52,3 pontos no mês atual.  Mas o otimismo, demonstrado pelo índice acima de 50 pontos, segue restrito às expectativas relacionadas ao futuro das empresas: pulou de 54 para 55,8 pontos. Por outro lado, o pessimismo com a economia permanece, mas diminuiu em julho, conforme aponta o Índice de Expectativas da Economia Brasileira: subiu de 44,2 para 45,4 pontos no período. Em julho, 31,6% dos empresários gaúchos estão pessimistas, contra 32,5% de junho, enquanto 51,6% não esperam mudanças no cenário econômico nacional, percentual que caiu mais de três pontos na comparação com junho, quando atingiu 55%. O otimismo com a economia, por fim, aumentou, mas segue muito pequeno: somente 16,8% das empresas (eram 12,5% em junho).

Diante disso, os resultados do ICEI-RS da Fiergs não fornecem indicação de retomada consistente da atividade industrial gaúcha no curto prazo, sendo mais compatíveis com a continuidade do quadro atual de baixo dinamismo e muita volatilidade.